Os Huni Kuin na política dos Brancos: eleições, missão e chefia
Resumo A participação indígena na política partidária brasileira tem aumentado nos últimos anos, como comprovam o número de candidaturas e os atuais resultados eleitorais. Partindo deste contexto, o artigo trata da participação do povo Huni Kuin (família linguística pano), também conhecido como Kaxinawá, na política partidária do município de Santa Rosa do Purus, Acre/Brasil. Desde 1992, os indígenas estão candidatando-se aos cargos de vereador, prefeito e vice-prefeito. A presença nas eleições e o aumento das relações com a “sociedade dos Brancos” produziram transformações no grupo e na vida das lideranças huni kuin. A partir de conceitos nativos, o texto descreve como essas novas relações tiveram como consequência uma reflexão e problematização da noção de política e também mudanças no modo como a representação e a chefia operam. Assim, os Huni Kuin definem a política partidária como a “política dos Brancos”, cuja principal característica é produzir “divisão entre os parentes”; em contraposição, a política huni kuin seria marcada pela “união”. Outra consequência importante é a transição da aldeia para a cidade, onde as lideranças passam a viver para o exercício dos mandatos e a ocupação de cargos no Estado. Os períodos fora da aldeia podem se prolongar por anos e são encarados como uma espécie de “missão” a ser cumprida em benefício do povo, ainda que a estadia na cidade traga dificuldades e perigos.
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
2019
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oai:scielo:S0104-931320190002005512019-09-03Os Huni Kuin na política dos Brancos: eleições, missão e chefiaZoppi,Miranda Amazônia Huni Kuin Kaxinawá Política partidária Liderança Representação Chefia Resumo A participação indígena na política partidária brasileira tem aumentado nos últimos anos, como comprovam o número de candidaturas e os atuais resultados eleitorais. Partindo deste contexto, o artigo trata da participação do povo Huni Kuin (família linguística pano), também conhecido como Kaxinawá, na política partidária do município de Santa Rosa do Purus, Acre/Brasil. Desde 1992, os indígenas estão candidatando-se aos cargos de vereador, prefeito e vice-prefeito. A presença nas eleições e o aumento das relações com a “sociedade dos Brancos” produziram transformações no grupo e na vida das lideranças huni kuin. A partir de conceitos nativos, o texto descreve como essas novas relações tiveram como consequência uma reflexão e problematização da noção de política e também mudanças no modo como a representação e a chefia operam. Assim, os Huni Kuin definem a política partidária como a “política dos Brancos”, cuja principal característica é produzir “divisão entre os parentes”; em contraposição, a política huni kuin seria marcada pela “união”. Outra consequência importante é a transição da aldeia para a cidade, onde as lideranças passam a viver para o exercício dos mandatos e a ocupação de cargos no Estado. Os períodos fora da aldeia podem se prolongar por anos e são encarados como uma espécie de “missão” a ser cumprida em benefício do povo, ainda que a estadia na cidade traga dificuldades e perigos.info:eu-repo/semantics/openAccessPrograma de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJMana v.25 n.2 20192019-08-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132019000200551pt10.1590/1678-49442019v25n2p551 |
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