As políticas dos cabelos negros, entre mulheres: estética, relacionalidade e dissidência no Rio de Janeiro

Resumo O artigo é norteado pela pergunta relativa ao que haveria de distintivo em estéticas adjetivadas como negras. Em busca de uma resposta, analiso três estilos de cabelos femininos: o produzido por extensões de cabelo humano; os cabelos Black; os produzidos por extensões de cabelo sintético. Argumento a favor de uma estética relacional dissidente, que se engendra a partir de relações nem sempre harmônicas entre negras e brancas e que se constitui por sua fuga da norma - o gosto hegemônico branco - ao mesmo tempo em que elabora esteticamente sobre esta mesma norma. Junto a uma discussão englobante sobre a estética e seus poderes, analiso a dimensão performativa da raça, a noção de apropriação cultural, as noções de beleza feita e de corpo artefatual, propondo que em sociedades modernas ocidentais é por meio da apropriação das coisas ofertadas como bens e serviços de consumo que estetizamos nossos corpos e produzimos discursividades políticas.

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Bibliographic Details
Main Author: Mizrahi,Mylene
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ 2019
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132019000200457
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Summary:Resumo O artigo é norteado pela pergunta relativa ao que haveria de distintivo em estéticas adjetivadas como negras. Em busca de uma resposta, analiso três estilos de cabelos femininos: o produzido por extensões de cabelo humano; os cabelos Black; os produzidos por extensões de cabelo sintético. Argumento a favor de uma estética relacional dissidente, que se engendra a partir de relações nem sempre harmônicas entre negras e brancas e que se constitui por sua fuga da norma - o gosto hegemônico branco - ao mesmo tempo em que elabora esteticamente sobre esta mesma norma. Junto a uma discussão englobante sobre a estética e seus poderes, analiso a dimensão performativa da raça, a noção de apropriação cultural, as noções de beleza feita e de corpo artefatual, propondo que em sociedades modernas ocidentais é por meio da apropriação das coisas ofertadas como bens e serviços de consumo que estetizamos nossos corpos e produzimos discursividades políticas.