Trabalhadores das ferrovias: A Companhia Paulista de Estrada de Ferro, São Paulo, 1870-1920

Resumo Este artigo pretende compreender as relações entre ferrovia e transformações no mundo do trabalho, tomando por base empírica a Companhia Paulista de Estradas de Ferro. A pesquisa realizada organizou a documentação funcional (fés-de-ofício) de 1900 trabalhadores da Paulista para o período 1872/1919. Tratava-se de resgatar histórias de vida funcionais de milhares de trabalhadores. Procura-se compreender dinâmicas deste segmento da classe trabalhadora, identificando os atributos de nacionalidade, cor, origem associando-os às carreiras funcionais. Analisa-se ainda as múltiplas agremiações criadas por este grupo, para compreender as relações estabelecidas com a empresa, marcadas tanto pelo paternalismo e constituição de uma identidade de família ferroviária, que subsumia as diferenças sociais, quanto por fortes organizações de classe que constituíam mecanismos de resistência e negociação pautadas por conflitos sociais de expressivas dimensões urbanas.

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Bibliographic Details
Main Author: Lanna,Ana Lucia Duarte
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Pós-Graduação em História, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais 2016
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-87752016000200505
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Summary:Resumo Este artigo pretende compreender as relações entre ferrovia e transformações no mundo do trabalho, tomando por base empírica a Companhia Paulista de Estradas de Ferro. A pesquisa realizada organizou a documentação funcional (fés-de-ofício) de 1900 trabalhadores da Paulista para o período 1872/1919. Tratava-se de resgatar histórias de vida funcionais de milhares de trabalhadores. Procura-se compreender dinâmicas deste segmento da classe trabalhadora, identificando os atributos de nacionalidade, cor, origem associando-os às carreiras funcionais. Analisa-se ainda as múltiplas agremiações criadas por este grupo, para compreender as relações estabelecidas com a empresa, marcadas tanto pelo paternalismo e constituição de uma identidade de família ferroviária, que subsumia as diferenças sociais, quanto por fortes organizações de classe que constituíam mecanismos de resistência e negociação pautadas por conflitos sociais de expressivas dimensões urbanas.