A situação etnográfica: andar e ver

No cronograma, a etnografia tem três fases, (situar-se, observar e descrever). A vivência do etnógrafo converte tais fases em atividades sincrônicas (andar, ver e escrever). O percurso no campo, sua observação e a descrição do contexto percorrido e observado são três fluxos que se misturam pela reciprocidade, interdependência e (inter)influências enquanto se tensionam pelas contradições e heterogeneidade das disposições e habilidades em jogo. Tudo isso compõe uma complexa ambiência, um contexto do qual deriva o estatuto do observador e as propriedades do universo observado. Cena de componentes tão inextricáveis impõe que a etnografia se torne o relato de um percurso. Dados e informações sobre a sociedade observada devem estar organizados no texto ao longo de uma espinha dorsal, o percurso do etnógrafo. Somente essa linha aglutinadora do material colhido poderá torná-lo legível. Tratase de pensar a etnografia como o relato de uma experiência conflituosa de um observador, condição para o entendimento do que foi observado.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: Silva,Hélio R. S.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - IFCH-UFRGS 2009
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832009000200008
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
id oai:scielo:S0104-71832009000200008
record_format ojs
spelling oai:scielo:S0104-718320090002000082009-12-21A situação etnográfica: andar e verSilva,Hélio R. S. escrever etnografia observar situar-se No cronograma, a etnografia tem três fases, (situar-se, observar e descrever). A vivência do etnógrafo converte tais fases em atividades sincrônicas (andar, ver e escrever). O percurso no campo, sua observação e a descrição do contexto percorrido e observado são três fluxos que se misturam pela reciprocidade, interdependência e (inter)influências enquanto se tensionam pelas contradições e heterogeneidade das disposições e habilidades em jogo. Tudo isso compõe uma complexa ambiência, um contexto do qual deriva o estatuto do observador e as propriedades do universo observado. Cena de componentes tão inextricáveis impõe que a etnografia se torne o relato de um percurso. Dados e informações sobre a sociedade observada devem estar organizados no texto ao longo de uma espinha dorsal, o percurso do etnógrafo. Somente essa linha aglutinadora do material colhido poderá torná-lo legível. Tratase de pensar a etnografia como o relato de uma experiência conflituosa de um observador, condição para o entendimento do que foi observado.info:eu-repo/semantics/openAccessPrograma de Pós-Graduação em Antropologia Social - IFCH-UFRGSHorizontes Antropológicos v.15 n.32 20092009-12-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832009000200008pt10.1590/S0104-71832009000200008
institution SCIELO
collection OJS
country Brasil
countrycode BR
component Revista
access En linea
databasecode rev-scielo-br
tag revista
region America del Sur
libraryname SciELO
language Portuguese
format Digital
author Silva,Hélio R. S.
spellingShingle Silva,Hélio R. S.
A situação etnográfica: andar e ver
author_facet Silva,Hélio R. S.
author_sort Silva,Hélio R. S.
title A situação etnográfica: andar e ver
title_short A situação etnográfica: andar e ver
title_full A situação etnográfica: andar e ver
title_fullStr A situação etnográfica: andar e ver
title_full_unstemmed A situação etnográfica: andar e ver
title_sort situação etnográfica: andar e ver
description No cronograma, a etnografia tem três fases, (situar-se, observar e descrever). A vivência do etnógrafo converte tais fases em atividades sincrônicas (andar, ver e escrever). O percurso no campo, sua observação e a descrição do contexto percorrido e observado são três fluxos que se misturam pela reciprocidade, interdependência e (inter)influências enquanto se tensionam pelas contradições e heterogeneidade das disposições e habilidades em jogo. Tudo isso compõe uma complexa ambiência, um contexto do qual deriva o estatuto do observador e as propriedades do universo observado. Cena de componentes tão inextricáveis impõe que a etnografia se torne o relato de um percurso. Dados e informações sobre a sociedade observada devem estar organizados no texto ao longo de uma espinha dorsal, o percurso do etnógrafo. Somente essa linha aglutinadora do material colhido poderá torná-lo legível. Tratase de pensar a etnografia como o relato de uma experiência conflituosa de um observador, condição para o entendimento do que foi observado.
publisher Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - IFCH-UFRGS
publishDate 2009
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832009000200008
work_keys_str_mv AT silvaheliors asituacaoetnograficaandarever
AT silvaheliors situacaoetnograficaandarever
_version_ 1756411426443886592