Limites da assistência oitocentista: o caso urbano de Juiz de Fora (MG)

Resumo O artigo tem por objetivo discutir os mecanismos de organização da assistência à saúde em Juiz de Fora (MG), na segunda metade do século XIX. Investigaram-se quais arranjos foram organizados para prover cuidado aos doentes e como essa estrutura se ajustou às demandas do cenário sociopolítico e econômico. Percebe-se que, enquanto perdurou o sistema escravista, o protagonismo do Hospital da Caridade juiz-forano foi irrelevante, uma vez que as fazendas de café possuíam instalações capazes de assistir os doentes. A fundação daquele equipamento de saúde cumpriu a função de catapultar o fazendeiro José Antonio da Silva Pinto – barão de Bertioga – no cenário da nobilitação à brasileira e de acomodar as exigências da legislação imperial nos moldes dos arranjos personalistas.

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Bibliographic Details
Main Authors: Siqueira,Rogério, Barreto,Maria Renilda
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz 2019
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702019000900039
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Summary:Resumo O artigo tem por objetivo discutir os mecanismos de organização da assistência à saúde em Juiz de Fora (MG), na segunda metade do século XIX. Investigaram-se quais arranjos foram organizados para prover cuidado aos doentes e como essa estrutura se ajustou às demandas do cenário sociopolítico e econômico. Percebe-se que, enquanto perdurou o sistema escravista, o protagonismo do Hospital da Caridade juiz-forano foi irrelevante, uma vez que as fazendas de café possuíam instalações capazes de assistir os doentes. A fundação daquele equipamento de saúde cumpriu a função de catapultar o fazendeiro José Antonio da Silva Pinto – barão de Bertioga – no cenário da nobilitação à brasileira e de acomodar as exigências da legislação imperial nos moldes dos arranjos personalistas.