Impacto da reeducação postural global no tratamento da incontinência urinária de esforço feminina

OBJETIVO: Avaliar os efeitos da reeducação postural global (RPG) nos sintomas de incontinência urinária de esforço (IUE) e a qualidade de vida em um grupo de mulheres incontinentes. MÉTODOS: Ensaio clínico aberto, tipo antes e depois, prospectivo, não randomizado. Foram selecionadas 26 mulheres com queixa clínica e estudo urodinâmico compatível com IUE, do Ambulatório de Uroginecologia do Hospital das Clínicas da UNICAMP. A idade média foi de 50,76 anos (23 a 72 anos). Todas as mulheres foram avaliadas por anamnese, exames clínicos e uroginecológico, avaliação postural. Todas foram submetidas a tratamento com RPG, em sessões individuais de 50 minutos semanais por três meses e quinzenais por mais três meses. As pacientes foram submetidas a posturas de alongamento propostas pela técnica, em que se coloca em tensão as cadeias musculares responsáveis pela postura estática e estrutura do corpo. O trabalho ativo da paciente nas correções, aliado à atuação do fisioterapeuta, levam ao reequilíbrio das tensões musculares e reestruturação do corpo, o que pode favorecer as funções, especificamente as relacionadas ao assoalho pélvico. Ao término do tratamento, e após seis meses, as pacientes foram reavaliadas através do questionário de impressão geral de melhora, dos domínios relacionados à IUE do King's Health Questinnaire: impacto da incontinência, em que se avaliam os prejuízos na qualidade de vida; percepção geral da saúde, qual a classificação que a paciente dá para sua saúde no momento e a presença do sintoma de perda por esforço; avaliação funcional do assoalho pélvico (AFA) e número de trocas de protetores diários. RESULTADOS: No término do tratamento, quatro pacientes (16%) estavam curadas, dezoito (72%) melhoraram significativamente e três (12%) falharam. Após seis meses, seis pacientes (24%) estavam curadas, 16 (64%) melhoraram e três (12%) falharam (p <0,001). Ao avaliarmos a qualidade de vida das pacientes, observamos melhora significativa (p <0,05) em todos os domínios questionados, destacando-se percepção geral da saúde, impacto da incontinência e número de episódios de perda. A avaliação do funcional do assoalho pélvico (AFA) e do teste do absorvente (número de troca/dia) também mostrou melhora significativa (p<0,001) nos diferentes tempos de coleta. CONCLUSÃO: Os resultados mostram que a RPG pode ser uma alternativa para o tratamento da IUE.

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Bibliographic Details
Main Authors: Fozzatti,Maria Celina Martins, Palma,Paulo, Herrmann,Viviane, Dambros,Miriam
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Médica Brasileira 2008
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302008000100015
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