Avaliação da composição corporal em gestantes de termo

A gravidez acompanha-se de modificações fisiológicas bem conhecidas nos compartimentos hídricos e energéticos maternos, que se somam a hipertrofias orgânicas e ao aparecimento de um bloco feto-placentário. Conseqüentemente, a composição corporal sofre alterações, porém poucos estudos têm documentado tal fenômeno. O advento da bioimpedância favoreceu a obtenção das informações desejadas de forma prática e segura. OBJETIVOS. Foram os propósitos deste trabalho: registrar as principais variáveis antropométricas numa população de gestantes de termo; determinar as medidas de composição corpórea pela bioimpedância; comparar esses achados com os primeiros, assim como com outras metodologias relatadas na literatura. PACIENTES E MÉTODO. A população consistiu de 30 gestantes de termo admitidas no período pré-parto, sem complicações, sofrimento fetal ou gravidez múltipla, e submetidas às seguintes mensurações: Antropometria - Peso, altura, índice de massa corporal, prega cutânea do tríceps, circunferência muscular do braço; Bioimpedância - Gordura corporal, massa magra, água total, água intra e extracelular, terceiro espaço e relação sódio/potássio permutável. RESULTADOS. Observaram-se valores de peso corporal e índice de massa corporal aumentados, porém inteiramente compatíveis com a situação fisiológica das gestantes. A água corpórea total situava-se na mesma faixa percentual de mulheres não-grávidas, tal como já suspeitado por outros autores, porém com indícios de expansão do extracelular e formação de terceiro espaço. A massa gorda elevou-se, porém, também em proporções não muito diferentes do relatado anteriormente em levantamentos antropométricos. CONCLUSÕES. Nas condições do presente trabalho, em que uma equação de bioimpedância para uso geral foi aplicada, o método demonstrou resultados compatíveis com as informações clínicas disponíveis, as verificações antropométricas e os registros de outros investigadores. Conclui-se que a impedância bioelétrica é um procedimento de avaliação promissor na gravidez, justificando estudos ulteriores com esta metodologia.

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Bibliographic Details
Main Authors: Morais,A.A.C., Tavares,G.M., Pezzin,A.C., Moana,A.A., Galvão,H.P., Faintuch,J.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Médica Brasileira 1997
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301997000200006
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Description
Summary:A gravidez acompanha-se de modificações fisiológicas bem conhecidas nos compartimentos hídricos e energéticos maternos, que se somam a hipertrofias orgânicas e ao aparecimento de um bloco feto-placentário. Conseqüentemente, a composição corporal sofre alterações, porém poucos estudos têm documentado tal fenômeno. O advento da bioimpedância favoreceu a obtenção das informações desejadas de forma prática e segura. OBJETIVOS. Foram os propósitos deste trabalho: registrar as principais variáveis antropométricas numa população de gestantes de termo; determinar as medidas de composição corpórea pela bioimpedância; comparar esses achados com os primeiros, assim como com outras metodologias relatadas na literatura. PACIENTES E MÉTODO. A população consistiu de 30 gestantes de termo admitidas no período pré-parto, sem complicações, sofrimento fetal ou gravidez múltipla, e submetidas às seguintes mensurações: Antropometria - Peso, altura, índice de massa corporal, prega cutânea do tríceps, circunferência muscular do braço; Bioimpedância - Gordura corporal, massa magra, água total, água intra e extracelular, terceiro espaço e relação sódio/potássio permutável. RESULTADOS. Observaram-se valores de peso corporal e índice de massa corporal aumentados, porém inteiramente compatíveis com a situação fisiológica das gestantes. A água corpórea total situava-se na mesma faixa percentual de mulheres não-grávidas, tal como já suspeitado por outros autores, porém com indícios de expansão do extracelular e formação de terceiro espaço. A massa gorda elevou-se, porém, também em proporções não muito diferentes do relatado anteriormente em levantamentos antropométricos. CONCLUSÕES. Nas condições do presente trabalho, em que uma equação de bioimpedância para uso geral foi aplicada, o método demonstrou resultados compatíveis com as informações clínicas disponíveis, as verificações antropométricas e os registros de outros investigadores. Conclui-se que a impedância bioelétrica é um procedimento de avaliação promissor na gravidez, justificando estudos ulteriores com esta metodologia.