Demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na transposição do São Francisco no povo Pipipã, em Floresta-PE

Resumo A demarcação de terra interconecta-se com a reprodução social e a saúde dos povos indígenas. Encontra-se desafiada pela economia globalizada e a implantação de grandes empreendimentos desenvolvimentistas nos territórios indígenas. Este artigo objetiva refletir sobre demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na implantação da transposição do rio São Francisco, no povo Pipipã, em Floresta-PE. A abordagem teórico-metodológica para o estudo é a reprodução social e a saúde formulada por Juan Samaja. Trata-se de estudo analítico, qualitativo, com a realização de entrevistas, observação participante e oficinas participativas nas aldeias cortadas pelo Eixo Leste da transposição. Evidencia-se meio século de mobilizações dos Pipipã pela demarcação de terra, marcadas por entraves políticos nos âmbitos municipal, estadual e nacional. A demarcação de terra inter-relacionou-se com a saúde e representou o maior sonho dos indígenas. Para vencerem o medo, no contexto da transposição, assumiram compromissos de união, participação e marcação do território com os rituais. A transposição desestruturou relações, inseriu novas territorialidades, ampliou os desafios de demarcação de terra, agravou a saúde indígena e não promoveu o acesso à água transposta, principal objetivo do projeto, configurando uma situação de injustiça ambiental.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Gonçalves,Glaciene Mary da Silva, Silva,Edson Hely, Bezerra,Virgínia Carmem Rocha, Gurgel,Idê Gomes Dantas, Costa,André Monteiro
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: PHYSIS - Revista de Saúde Coletiva 2022
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312022000100613
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
id oai:scielo:S0103-73312022000100613
record_format ojs
spelling oai:scielo:S0103-733120220001006132022-04-18Demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na transposição do São Francisco no povo Pipipã, em Floresta-PEGonçalves,Glaciene Mary da SilvaSilva,Edson HelyBezerra,Virgínia Carmem RochaGurgel,Idê Gomes DantasCosta,André Monteiro Povos indígenas Saúde dos povos indígenas Projeto de infraestrutura Saúde e ambiente Resumo A demarcação de terra interconecta-se com a reprodução social e a saúde dos povos indígenas. Encontra-se desafiada pela economia globalizada e a implantação de grandes empreendimentos desenvolvimentistas nos territórios indígenas. Este artigo objetiva refletir sobre demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na implantação da transposição do rio São Francisco, no povo Pipipã, em Floresta-PE. A abordagem teórico-metodológica para o estudo é a reprodução social e a saúde formulada por Juan Samaja. Trata-se de estudo analítico, qualitativo, com a realização de entrevistas, observação participante e oficinas participativas nas aldeias cortadas pelo Eixo Leste da transposição. Evidencia-se meio século de mobilizações dos Pipipã pela demarcação de terra, marcadas por entraves políticos nos âmbitos municipal, estadual e nacional. A demarcação de terra inter-relacionou-se com a saúde e representou o maior sonho dos indígenas. Para vencerem o medo, no contexto da transposição, assumiram compromissos de união, participação e marcação do território com os rituais. A transposição desestruturou relações, inseriu novas territorialidades, ampliou os desafios de demarcação de terra, agravou a saúde indígena e não promoveu o acesso à água transposta, principal objetivo do projeto, configurando uma situação de injustiça ambiental.info:eu-repo/semantics/openAccessPHYSIS - Revista de Saúde ColetivaPhysis: Revista de Saúde Coletiva v.32 n.1 20222022-01-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312022000100613pt10.1590/s0103-73312022320115
institution SCIELO
collection OJS
country Brasil
countrycode BR
component Revista
access En linea
databasecode rev-scielo-br
tag revista
region America del Sur
libraryname SciELO
language Portuguese
format Digital
author Gonçalves,Glaciene Mary da Silva
Silva,Edson Hely
Bezerra,Virgínia Carmem Rocha
Gurgel,Idê Gomes Dantas
Costa,André Monteiro
spellingShingle Gonçalves,Glaciene Mary da Silva
Silva,Edson Hely
Bezerra,Virgínia Carmem Rocha
Gurgel,Idê Gomes Dantas
Costa,André Monteiro
Demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na transposição do São Francisco no povo Pipipã, em Floresta-PE
author_facet Gonçalves,Glaciene Mary da Silva
Silva,Edson Hely
Bezerra,Virgínia Carmem Rocha
Gurgel,Idê Gomes Dantas
Costa,André Monteiro
author_sort Gonçalves,Glaciene Mary da Silva
title Demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na transposição do São Francisco no povo Pipipã, em Floresta-PE
title_short Demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na transposição do São Francisco no povo Pipipã, em Floresta-PE
title_full Demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na transposição do São Francisco no povo Pipipã, em Floresta-PE
title_fullStr Demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na transposição do São Francisco no povo Pipipã, em Floresta-PE
title_full_unstemmed Demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na transposição do São Francisco no povo Pipipã, em Floresta-PE
title_sort demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na transposição do são francisco no povo pipipã, em floresta-pe
description Resumo A demarcação de terra interconecta-se com a reprodução social e a saúde dos povos indígenas. Encontra-se desafiada pela economia globalizada e a implantação de grandes empreendimentos desenvolvimentistas nos territórios indígenas. Este artigo objetiva refletir sobre demarcação de terra indígena, saúde e novas territorialidades na implantação da transposição do rio São Francisco, no povo Pipipã, em Floresta-PE. A abordagem teórico-metodológica para o estudo é a reprodução social e a saúde formulada por Juan Samaja. Trata-se de estudo analítico, qualitativo, com a realização de entrevistas, observação participante e oficinas participativas nas aldeias cortadas pelo Eixo Leste da transposição. Evidencia-se meio século de mobilizações dos Pipipã pela demarcação de terra, marcadas por entraves políticos nos âmbitos municipal, estadual e nacional. A demarcação de terra inter-relacionou-se com a saúde e representou o maior sonho dos indígenas. Para vencerem o medo, no contexto da transposição, assumiram compromissos de união, participação e marcação do território com os rituais. A transposição desestruturou relações, inseriu novas territorialidades, ampliou os desafios de demarcação de terra, agravou a saúde indígena e não promoveu o acesso à água transposta, principal objetivo do projeto, configurando uma situação de injustiça ambiental.
publisher PHYSIS - Revista de Saúde Coletiva
publishDate 2022
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312022000100613
work_keys_str_mv AT goncalvesglacienemarydasilva demarcacaodeterraindigenasaudeenovasterritorialidadesnatransposicaodosaofrancisconopovopipipaemflorestape
AT silvaedsonhely demarcacaodeterraindigenasaudeenovasterritorialidadesnatransposicaodosaofrancisconopovopipipaemflorestape
AT bezerravirginiacarmemrocha demarcacaodeterraindigenasaudeenovasterritorialidadesnatransposicaodosaofrancisconopovopipipaemflorestape
AT gurgelidegomesdantas demarcacaodeterraindigenasaudeenovasterritorialidadesnatransposicaodosaofrancisconopovopipipaemflorestape
AT costaandremonteiro demarcacaodeterraindigenasaudeenovasterritorialidadesnatransposicaodosaofrancisconopovopipipaemflorestape
_version_ 1756405332540653568