Relação médico-paciente: entre o desejável e o possível na atenção primária à saúde
A relação médico-paciente no contexto da atenção primária é um desafio para a implementação de práticas humanizadas em saúde, considerando sua relevância e a emergência da problemática da humanização como necessidade social. Para que se possa avançar nesse campo, faz-se necessário rever o que se tem produzido sobre o assunto, mapeando os limites e avanços dessa relação. Este estudo busca compreender o encontro no âmbito da atenção primária à saúde, pensando a relação médico-paciente em termos hermenêuticos, a partir da construção de novos horizontes normativos no plano dos valores morais e éticos, com vistas à humanização da saúde. O estudo foi realizado no período de 2008-2009 em duas unidades de Saúde da Família do Município de Fortaleza, Ceará. Utilizaram-se técnicas de entrevista aprofundada e observação participante, totalizando 11 encontros com médicos e 37 com pacientes, além da gravação de 53 consultas. Os dados foram organizados e analisados no software Qualitative Solutions Research Nvivo (QSR). Pacientes e médicos ponderaram sobre três aspectos principais que influenciam a interação clínica na Estratégia Saúde da Família: as características pessoais do médico, o agir profissional e os problemas na organização dos serviços. Entre os resultados, apareceram três perfis do encontro médico-paciente: o encontro centrado no paciente, o encontro sem entendimento e o realizado a curto prazo. O estabelecimento de um vínculo requer apoio intensivo às mudanças na organização dos serviços, com ênfase numa formação profissional que valorize a cultura, o protagonismo e a reflexão filosófica da convivência humana, visando à qualificação da atenção primária.
Main Authors: | , , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
PHYSIS - Revista de Saúde Coletiva
2012
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312012000300014 |
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Summary: | A relação médico-paciente no contexto da atenção primária é um desafio para a implementação de práticas humanizadas em saúde, considerando sua relevância e a emergência da problemática da humanização como necessidade social. Para que se possa avançar nesse campo, faz-se necessário rever o que se tem produzido sobre o assunto, mapeando os limites e avanços dessa relação. Este estudo busca compreender o encontro no âmbito da atenção primária à saúde, pensando a relação médico-paciente em termos hermenêuticos, a partir da construção de novos horizontes normativos no plano dos valores morais e éticos, com vistas à humanização da saúde. O estudo foi realizado no período de 2008-2009 em duas unidades de Saúde da Família do Município de Fortaleza, Ceará. Utilizaram-se técnicas de entrevista aprofundada e observação participante, totalizando 11 encontros com médicos e 37 com pacientes, além da gravação de 53 consultas. Os dados foram organizados e analisados no software Qualitative Solutions Research Nvivo (QSR). Pacientes e médicos ponderaram sobre três aspectos principais que influenciam a interação clínica na Estratégia Saúde da Família: as características pessoais do médico, o agir profissional e os problemas na organização dos serviços. Entre os resultados, apareceram três perfis do encontro médico-paciente: o encontro centrado no paciente, o encontro sem entendimento e o realizado a curto prazo. O estabelecimento de um vínculo requer apoio intensivo às mudanças na organização dos serviços, com ênfase numa formação profissional que valorize a cultura, o protagonismo e a reflexão filosófica da convivência humana, visando à qualificação da atenção primária. |
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