Dez anos de um CAPSi: comparação da caracterização de usuários atendidos

Resumo Estudo retrospectivo de caráter descritivo. Por meio de coleta em prontuários, objetivou-se caracterizar crianças e adolescentes atendidos em um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) durante seu décimo ano de funcionamento e comparar com estudo análogo realizado no primeiro ano de funcionamento. Os dados foram analisados com auxílio dos softwares SPSS e Iramuteq. Identificou-se aumento de 51,85% ( n = 84 ) da demanda em relação ao primeiro ano. Observou-se aumento de usuários de sexo feminino, cuja marca foram queixas de automutilação. Manteve-se prevalência de usuários do sexo masculino, cuja marca foram problemas de comportamento, como agressividade e hiperatividade. Discute-se, neste estudo, as articulações entre CAPSi e demais serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), especialmente acerca dos encaminhamentos. Também se discute sobre a medicalização sem registro de hipótese diagnóstica e os desafios de se exercer a clínica ampliada e a lógica do trabalho psicossocial, a qual se opõe ao paradigma exclusivamente biomédico, simplificador dos fenômenos do desenvolvimento infantil.

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Bibliographic Details
Main Authors: Leitão,Iagor Brum, Dias,Andréa Barbosa, Tristão,Kelly Guimarães, Ronchi,Juliana Peterle, Avellar,Luziane Zacché
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo 2020
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642020000100220
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Summary:Resumo Estudo retrospectivo de caráter descritivo. Por meio de coleta em prontuários, objetivou-se caracterizar crianças e adolescentes atendidos em um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) durante seu décimo ano de funcionamento e comparar com estudo análogo realizado no primeiro ano de funcionamento. Os dados foram analisados com auxílio dos softwares SPSS e Iramuteq. Identificou-se aumento de 51,85% ( n = 84 ) da demanda em relação ao primeiro ano. Observou-se aumento de usuários de sexo feminino, cuja marca foram queixas de automutilação. Manteve-se prevalência de usuários do sexo masculino, cuja marca foram problemas de comportamento, como agressividade e hiperatividade. Discute-se, neste estudo, as articulações entre CAPSi e demais serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), especialmente acerca dos encaminhamentos. Também se discute sobre a medicalização sem registro de hipótese diagnóstica e os desafios de se exercer a clínica ampliada e a lógica do trabalho psicossocial, a qual se opõe ao paradigma exclusivamente biomédico, simplificador dos fenômenos do desenvolvimento infantil.