Violência institucional referida pelo acompanhante da parturiente em maternidades públicas

Resumo Objetivo Estimar a prevalência e os fatores associados à violência institucional contra a mulher durante o parto referida pelo acompanhante. Método Estudo transversal, realizado em três maternidades públicas da Região Metropolitana de Florianópolis, Santa Catarina, com 1.147 acompanhantes de parto. Os dados foram obtidos por meio de entrevista estruturada, no período de março de 2015 a maio de 2016. Na análise dos dados empregou-se regressão de Poisson simples e múltipla. Resultados A violência institucional contra a mulher foi relatada com maior frequência pelos acompanhantes do sexo masculino, que eram companheiro e/ou pai do bebê (74,7%). Foi mencionado pelo menos um tipo de violência (73,5%), sendo os tipos estrutural (59,2%) e física (31,4%) os mais prevalentes. Os fatores associados ao desfecho foram o parto vaginal, a termo, ocorrido entre terça e sextas-feiras e a maior escolaridade do acompanhante. Conclusão Os resultados desse estudo mostram que a presença do acompanhante não impede a ocorrência da violência institucional. As prevalências de violência estrutural, física, psicológica e verbal contra a mulher durante o parto, relatadas pelo acompanhante, apontam para a necessidade de mudanças macroestruturais, que garantam o atendimento livre de violências, com respeito ao protagonismo e aos direitos da mulher.

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Bibliographic Details
Main Authors: Marrero,Lihsieh, Brüggemann,Odaléa Maria, Costa,Roberta, Junges,Carolina Frescura, Scheneck,Camilla Alexsandra
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo 2020
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002020000100449
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Summary:Resumo Objetivo Estimar a prevalência e os fatores associados à violência institucional contra a mulher durante o parto referida pelo acompanhante. Método Estudo transversal, realizado em três maternidades públicas da Região Metropolitana de Florianópolis, Santa Catarina, com 1.147 acompanhantes de parto. Os dados foram obtidos por meio de entrevista estruturada, no período de março de 2015 a maio de 2016. Na análise dos dados empregou-se regressão de Poisson simples e múltipla. Resultados A violência institucional contra a mulher foi relatada com maior frequência pelos acompanhantes do sexo masculino, que eram companheiro e/ou pai do bebê (74,7%). Foi mencionado pelo menos um tipo de violência (73,5%), sendo os tipos estrutural (59,2%) e física (31,4%) os mais prevalentes. Os fatores associados ao desfecho foram o parto vaginal, a termo, ocorrido entre terça e sextas-feiras e a maior escolaridade do acompanhante. Conclusão Os resultados desse estudo mostram que a presença do acompanhante não impede a ocorrência da violência institucional. As prevalências de violência estrutural, física, psicológica e verbal contra a mulher durante o parto, relatadas pelo acompanhante, apontam para a necessidade de mudanças macroestruturais, que garantam o atendimento livre de violências, com respeito ao protagonismo e aos direitos da mulher.