Uso do óxido nítrico inalatório no tratamento da crise hipertensiva pulmonar no pós-operatório de transplante cardíaco
OBJETIVO: Este trabalho relata a experiência no manuseio da crise hipertensiva pulmonar (CHP) refratária, com o uso do óxido nítrico inalatório (NOi) no pós-operatório imediato do transplante cardíaco (TC) ortotópico. MÉTODOS: De outubro/1997 a fevereiro/2002 foram realizados 31 TC em adultos, sendo incluídos pacientes com RVP < 6uW, ou < 2,5uW na prova farmacológica. Após o período de circulação extracorpórea (CEC) (M=101±21 minutos), todos fizeram uso de dobutamina, dopamina e milrinona; entretanto, frente à ausência de resposta adequada e CHP, administrou-se NOi em doses crescentes de 20 a 40ppm. Foram utilizados registros das pressões através de cateter no átrio esquerdo e no tronco da artéria pulmonar, gasometria arterial seriada e ecocardiograma transtorácico (ETT). O tempo médio de morte encefálica (ME) do doador foi de 16<FONT FACE=Symbol>±5,1</FONT>horas<FONT FACE=Symbol>.</FONT>RESULTADOS: Cinco pacientes (1 mulher), com idade média de 42 anos, fizeram uso de NOi por apresentarem critérios de CHP, todos com sinais de baixo débito cardíaco. O tempo médio de CEC foi de 150,8±34,3 minutos, a média sistólica arterial pulmonar foi de 87mmHg (75-115) e a PO2 média de 60mmHg (FiO2 100%), sendo evidenciada dilatação moderada a severa do ventrículo direito no ETT. Foi administrado NOi durante uma média 35h (6-96), iniciando-se desmame após estabilização hemodinâmica. O tempo médio de ME do doador foi de 27,6±5,5horas, a internação hospitalar média foi de 63 dias (17-145), uma morte ocorreu por sepse no 17º PO e os demais pacientes estão em CF I (NYHA). CONCLUSÕES: O tempo de CEC superior a 120 minutos e tempo de ME do doador superior a 20 horas sugerem fatores de risco para CHP no período pós-operatório imediato do TC. O NOi é uma ferramenta útil no manuseio desta complicação, refratária ao tratamento convencional no POI de pacientes submetidos ao TC.
Main Authors: | , , , , , , , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular
2002
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76382002000300007 |
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Summary: | OBJETIVO: Este trabalho relata a experiência no manuseio da crise hipertensiva pulmonar (CHP) refratária, com o uso do óxido nítrico inalatório (NOi) no pós-operatório imediato do transplante cardíaco (TC) ortotópico. MÉTODOS: De outubro/1997 a fevereiro/2002 foram realizados 31 TC em adultos, sendo incluídos pacientes com RVP < 6uW, ou < 2,5uW na prova farmacológica. Após o período de circulação extracorpórea (CEC) (M=101±21 minutos), todos fizeram uso de dobutamina, dopamina e milrinona; entretanto, frente à ausência de resposta adequada e CHP, administrou-se NOi em doses crescentes de 20 a 40ppm. Foram utilizados registros das pressões através de cateter no átrio esquerdo e no tronco da artéria pulmonar, gasometria arterial seriada e ecocardiograma transtorácico (ETT). O tempo médio de morte encefálica (ME) do doador foi de 16<FONT FACE=Symbol>±5,1</FONT>horas<FONT FACE=Symbol>.</FONT>RESULTADOS: Cinco pacientes (1 mulher), com idade média de 42 anos, fizeram uso de NOi por apresentarem critérios de CHP, todos com sinais de baixo débito cardíaco. O tempo médio de CEC foi de 150,8±34,3 minutos, a média sistólica arterial pulmonar foi de 87mmHg (75-115) e a PO2 média de 60mmHg (FiO2 100%), sendo evidenciada dilatação moderada a severa do ventrículo direito no ETT. Foi administrado NOi durante uma média 35h (6-96), iniciando-se desmame após estabilização hemodinâmica. O tempo médio de ME do doador foi de 27,6±5,5horas, a internação hospitalar média foi de 63 dias (17-145), uma morte ocorreu por sepse no 17º PO e os demais pacientes estão em CF I (NYHA). CONCLUSÕES: O tempo de CEC superior a 120 minutos e tempo de ME do doador superior a 20 horas sugerem fatores de risco para CHP no período pós-operatório imediato do TC. O NOi é uma ferramenta útil no manuseio desta complicação, refratária ao tratamento convencional no POI de pacientes submetidos ao TC. |
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