Registro Brasileiro de Marcapassos: escolha do modo de estimulação no ano de 1999
O Registro Brasileiro de Marcapassos (RBM) é uma base de dados nacional que visa a coletar e divulgar informações concernentes aos procedimentos relacionados com a estimulação cardíaca artificial no Brasil. Este trabalho apresenta os resultados do sexto ano de operação do RBM, que vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1999 e teve como objetivo principal comparar os dados clínicos dos pacientes submetidos a implante de marcapasso ventricular aos dos pacientes que receberam marcapasso atrioventricular. Nesse período, foram reportados 11.048 procedimentos, perfazendo 8141 (73,7%) implantes iniciais e 2907 (26,3%) reoperações. Foram implantados 6779 (61,4%) marcapassos unicamerais e 4258 (38,6%) bicamerais. Dos implantes de câmara única, apenas 99 (0,9%) foram atriais. A relação média nacional entre implantes ventriculares e atrioventriculares foi de 1,6: 1. Pela análise dos dados apresentados para os primeiros implantes de marcapasso, foi possível verificar fatores que influenciaram a escolha do modo de estimulação, como: 1) a região onde o hospital está instalado; 2) a idade do paciente; 3) a classe funcional e 4) o distúrbio da condução do paciente. Diferenças Regionais: A região centro-oeste diferiu das demais, por apresentar maior número de implante atrioventriculares que ventriculares (relação AV / VVI = 1,5). Nas demais regiões, foram implantados mais marcapassos ventriculares que dupla-câmara com relações AV / VVI variando de 0,78 na região sudeste a 0,51 na região sul. Idade: Na faixa etária de 21 a 60 anos, houve mais implantes bicamerais (relação AV / VVI = 1,7 dos 21 aos 40 anos e 1,25 dos 41 aos 60). Nas demais faixas etárias, o número de implantes ventriculares foi maior, com relação VVI/AV variando de 1,3: 1 nas duas primeiras décadas da vida a 3,2: 1 na faixa etária maior que 81 anos. Classe Funcional: apenas nos pacientes de classe funcional I o número de marcapassos bicamerais excedeu o número de ventriculares (relação AV/VVI = 1,4). Nos pacientes com sintomas de insuficiência cardíaca prévia, o número de implantes ventriculares foi maior com relação VVI / AV de 1,2: 1 na classe II; de 1,5: 1 na classe III e de 1,9: 1 na classe IV. Distúrbio do Sistema Éxcito-Condutor: Pacientes portadores de doença do nó sinusal receberam aproximadamente duas vezes mais marcapassos fisiológicos que ventriculares (relação AV/VVI = 2,1: 1). Nos portadores de bloqueios do 2º grau, a relação VVI/AV foi de 1,2:1, nos portadores de bloqueios totais, foi 1,8:1 e nos pacientes portadores de flutter ou fibrilação atrial 10: 1. Outros Fatores Analisados: Sintomas pré-operatórios, etiologia do distúrbio da condução e sexo do paciente não estiveram relacionados a diferenças no modo de estimulação escolhido.
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Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular
2000
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oai:scielo:S0102-763820000003000112001-02-14Registro Brasileiro de Marcapassos: escolha do modo de estimulação no ano de 1999COSTA,RobertoTENO,Luiz Antonio CastilhoGROPPO,Antonio AmauriÁVILA NETO,VicenteBELTRAME,RobertoMARQUES,Carla PintasBROFMAN,Paulo Roberto Slud Estimulação cardíaca artificial/coleta de dados Sistemas de gerenciamento de base de dados/Brasil Marcapassos cardíacos/implante Marcapassos cardíacos/coleta de dados Registro Brasileiro de Marcapassos/Ministério da Saúde Registro Brasileiro de Marcapassos/Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular Departamento de Estimulação Cardíaca/Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular Marcapasso artificial Estimulação cardíaca artificial/métodos Registros médicos/Brasil Bases de dados/Brasil Marcapasso artificial/coleta de dados Marcapasso artificial/Brasil O Registro Brasileiro de Marcapassos (RBM) é uma base de dados nacional que visa a coletar e divulgar informações concernentes aos procedimentos relacionados com a estimulação cardíaca artificial no Brasil. Este trabalho apresenta os resultados do sexto ano de operação do RBM, que vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1999 e teve como objetivo principal comparar os dados clínicos dos pacientes submetidos a implante de marcapasso ventricular aos dos pacientes que receberam marcapasso atrioventricular. Nesse período, foram reportados 11.048 procedimentos, perfazendo 8141 (73,7%) implantes iniciais e 2907 (26,3%) reoperações. Foram implantados 6779 (61,4%) marcapassos unicamerais e 4258 (38,6%) bicamerais. Dos implantes de câmara única, apenas 99 (0,9%) foram atriais. A relação média nacional entre implantes ventriculares e atrioventriculares foi de 1,6: 1. Pela análise dos dados apresentados para os primeiros implantes de marcapasso, foi possível verificar fatores que influenciaram a escolha do modo de estimulação, como: 1) a região onde o hospital está instalado; 2) a idade do paciente; 3) a classe funcional e 4) o distúrbio da condução do paciente. Diferenças Regionais: A região centro-oeste diferiu das demais, por apresentar maior número de implante atrioventriculares que ventriculares (relação AV / VVI = 1,5). Nas demais regiões, foram implantados mais marcapassos ventriculares que dupla-câmara com relações AV / VVI variando de 0,78 na região sudeste a 0,51 na região sul. Idade: Na faixa etária de 21 a 60 anos, houve mais implantes bicamerais (relação AV / VVI = 1,7 dos 21 aos 40 anos e 1,25 dos 41 aos 60). Nas demais faixas etárias, o número de implantes ventriculares foi maior, com relação VVI/AV variando de 1,3: 1 nas duas primeiras décadas da vida a 3,2: 1 na faixa etária maior que 81 anos. Classe Funcional: apenas nos pacientes de classe funcional I o número de marcapassos bicamerais excedeu o número de ventriculares (relação AV/VVI = 1,4). Nos pacientes com sintomas de insuficiência cardíaca prévia, o número de implantes ventriculares foi maior com relação VVI / AV de 1,2: 1 na classe II; de 1,5: 1 na classe III e de 1,9: 1 na classe IV. Distúrbio do Sistema Éxcito-Condutor: Pacientes portadores de doença do nó sinusal receberam aproximadamente duas vezes mais marcapassos fisiológicos que ventriculares (relação AV/VVI = 2,1: 1). Nos portadores de bloqueios do 2º grau, a relação VVI/AV foi de 1,2:1, nos portadores de bloqueios totais, foi 1,8:1 e nos pacientes portadores de flutter ou fibrilação atrial 10: 1. Outros Fatores Analisados: Sintomas pré-operatórios, etiologia do distúrbio da condução e sexo do paciente não estiveram relacionados a diferenças no modo de estimulação escolhido.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Brasileira de Cirurgia CardiovascularBrazilian Journal of Cardiovascular Surgery v.15 n.3 20002000-09-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76382000000300011pt10.1590/S0102-76382000000300011 |
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