Técnicas reparadoras em crianças com anomalias congênitas da valva mitral: resultados clínicos tardios
Fundamento: Malformações congênitas da valva mitral são lesões complexas. Em crianças e adolescentes, os anéis protéticos devem ser evitados. Desde 1975 não usamos anéis protéticos, empregando-se a técnica de Wooler nas anuloplastias. Objetivo: Análise da evolução clínica tardia após o tratamento cirúrgico das anomalias mitrais congênitas, com e sem malformações associadas, em crianças até 12 anos de idade, tratadas com técnicas reparadoras e reconstrutivas sem suporte anelar. Casuística e Métodos: Foram avaliados 21 pacientes operados entre 1975 e 1998. A média de idade foi de 4,67 ± 3,44 anos; sexo feminino em 47,6%; a insuficiência esteve presente em 57,1% (12 casos), estenose em 28,6% (6 casos) e dupla lesão em 14,3% (3 casos). O tempo de perfusão foi 43,10 ± 9,50 min; tempo de isquemia 29,40 ± 10,50 min. O seguimento clínico na insuficiência foi feito em 12 pacientes com média de 41,52 ± 53,61 meses; no grupo de estenose em 4 pacientes com média de 46,39 ± 32,02 meses. Resultados: No grupo de insuficiência 10 pacientes estavam assintomáticos. Controle ecocardiográfico em 9 pacientes, (seguimento 37,17 ± 39,51 meses) 6 pacientes apresentaram refluxo leve, 1 ausência de refluxo e 2 com refluxo moderado; 1 paciente foi reoperado aos 48 m após a primeira operação, sendo feita nova plastia. No grupo da estenose, 4 pacientes, todos assintomáticos, sendo 2 sem medicação, com seguimento ecocardiográfico, média 42,61 ± 30,59 meses, gradiente médio entre 8 e 12 mmHg. No grupo de dupla lesão, 1 paciente foi reoperado para implante de bioprótese aos 43 meses da primeira operação, 1 paciente aos 75 meses da operação encontrava-se em classe funcional II e a ecocardiografia mostrou estenose e insuficiência leve. Não foram relatados episódios de endocardite nem tromboembolismo. A mortalidade operatória foi de 9,5% (2 casos). Não houve mortalidade tardia. Conclusões: a estenose mitral apresenta maiores dificuldades de correção, pelas anormalidades valvares e pela gravidade de lesões associadas. A correção da insuficiência sem suporte anelar apresenta bons resultados a longo prazo.
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Published: |
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular
1998
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oai:scielo:S0102-763819980004000051999-03-16Técnicas reparadoras em crianças com anomalias congênitas da valva mitral: resultados clínicos tardiosLORIER,GabrielKALIL,Renato A. K.PRATES,Paulo R.HOMSI NETTO,AbudTELEO,NicolasBARCELLOS,ChristianoGONZALES,JavierCHIATTONI,Marcus K. S.HOPPEN,Gustavo RobertoSANT'ANNA,João RicardoNESRALLA,Ivo A. Valva mitral/anormalidades Valva mitral/cirurgia Insuficiência da valva mitral/cirurgia Estenose da valva mitral/cirurgia Valva mitral/cirurgia Valva mitral/criança Fundamento: Malformações congênitas da valva mitral são lesões complexas. Em crianças e adolescentes, os anéis protéticos devem ser evitados. Desde 1975 não usamos anéis protéticos, empregando-se a técnica de Wooler nas anuloplastias. Objetivo: Análise da evolução clínica tardia após o tratamento cirúrgico das anomalias mitrais congênitas, com e sem malformações associadas, em crianças até 12 anos de idade, tratadas com técnicas reparadoras e reconstrutivas sem suporte anelar. Casuística e Métodos: Foram avaliados 21 pacientes operados entre 1975 e 1998. A média de idade foi de 4,67 ± 3,44 anos; sexo feminino em 47,6%; a insuficiência esteve presente em 57,1% (12 casos), estenose em 28,6% (6 casos) e dupla lesão em 14,3% (3 casos). O tempo de perfusão foi 43,10 ± 9,50 min; tempo de isquemia 29,40 ± 10,50 min. O seguimento clínico na insuficiência foi feito em 12 pacientes com média de 41,52 ± 53,61 meses; no grupo de estenose em 4 pacientes com média de 46,39 ± 32,02 meses. Resultados: No grupo de insuficiência 10 pacientes estavam assintomáticos. Controle ecocardiográfico em 9 pacientes, (seguimento 37,17 ± 39,51 meses) 6 pacientes apresentaram refluxo leve, 1 ausência de refluxo e 2 com refluxo moderado; 1 paciente foi reoperado aos 48 m após a primeira operação, sendo feita nova plastia. No grupo da estenose, 4 pacientes, todos assintomáticos, sendo 2 sem medicação, com seguimento ecocardiográfico, média 42,61 ± 30,59 meses, gradiente médio entre 8 e 12 mmHg. No grupo de dupla lesão, 1 paciente foi reoperado para implante de bioprótese aos 43 meses da primeira operação, 1 paciente aos 75 meses da operação encontrava-se em classe funcional II e a ecocardiografia mostrou estenose e insuficiência leve. Não foram relatados episódios de endocardite nem tromboembolismo. A mortalidade operatória foi de 9,5% (2 casos). Não houve mortalidade tardia. Conclusões: a estenose mitral apresenta maiores dificuldades de correção, pelas anormalidades valvares e pela gravidade de lesões associadas. A correção da insuficiência sem suporte anelar apresenta bons resultados a longo prazo.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Brasileira de Cirurgia CardiovascularBrazilian Journal of Cardiovascular Surgery v.13 n.4 19981998-10-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381998000400005pt10.1590/S0102-76381998000400005 |
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Fundamento: Malformações congênitas da valva mitral são lesões complexas. Em crianças e adolescentes, os anéis protéticos devem ser evitados. Desde 1975 não usamos anéis protéticos, empregando-se a técnica de Wooler nas anuloplastias. Objetivo: Análise da evolução clínica tardia após o tratamento cirúrgico das anomalias mitrais congênitas, com e sem malformações associadas, em crianças até 12 anos de idade, tratadas com técnicas reparadoras e reconstrutivas sem suporte anelar. Casuística e Métodos: Foram avaliados 21 pacientes operados entre 1975 e 1998. A média de idade foi de 4,67 ± 3,44 anos; sexo feminino em 47,6%; a insuficiência esteve presente em 57,1% (12 casos), estenose em 28,6% (6 casos) e dupla lesão em 14,3% (3 casos). O tempo de perfusão foi 43,10 ± 9,50 min; tempo de isquemia 29,40 ± 10,50 min. O seguimento clínico na insuficiência foi feito em 12 pacientes com média de 41,52 ± 53,61 meses; no grupo de estenose em 4 pacientes com média de 46,39 ± 32,02 meses. Resultados: No grupo de insuficiência 10 pacientes estavam assintomáticos. Controle ecocardiográfico em 9 pacientes, (seguimento 37,17 ± 39,51 meses) 6 pacientes apresentaram refluxo leve, 1 ausência de refluxo e 2 com refluxo moderado; 1 paciente foi reoperado aos 48 m após a primeira operação, sendo feita nova plastia. No grupo da estenose, 4 pacientes, todos assintomáticos, sendo 2 sem medicação, com seguimento ecocardiográfico, média 42,61 ± 30,59 meses, gradiente médio entre 8 e 12 mmHg. No grupo de dupla lesão, 1 paciente foi reoperado para implante de bioprótese aos 43 meses da primeira operação, 1 paciente aos 75 meses da operação encontrava-se em classe funcional II e a ecocardiografia mostrou estenose e insuficiência leve. Não foram relatados episódios de endocardite nem tromboembolismo. A mortalidade operatória foi de 9,5% (2 casos). Não houve mortalidade tardia. Conclusões: a estenose mitral apresenta maiores dificuldades de correção, pelas anormalidades valvares e pela gravidade de lesões associadas. A correção da insuficiência sem suporte anelar apresenta bons resultados a longo prazo. |
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