O belo, o feio e o abjeto nos corpos femininos
Resumo O projeto social hegemônico para os corpos generificados assenta-se na suposição de que existe uma relação de continuidade entre a genitália (vagina/pênis), o corpo inteiro (mulher/homem) e as práticas generificadas (feminilidades/masculinidades). Esta linha de continuidade marcaria o que Judith Butler irá chamar de “gêneros inteligíveis”. A hipótese deste artigo é que a noção que ameaça o reconhecimento de um corpo como pertencente a um determinado gênero não é a feiura. Beleza e feiura seriam gradações hierarquizadas da leitura sobre os corpos generificados inteligíveis. São os corpos das travestis, das pessoas trans, transgênero que expressariam o lado da negação, da abjeção e que estariam fora mesmo das hierarquias de beleza. As categorias centrais de análise serão abjeção e gênero E o objetivo será discutir as categorias belo, feio e abjeto nos femininos relacionando-as às noções de performance de gênero, paródia, próteses identitárias e relações de poder.
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília
2021
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oai:scielo:S0102-699220210001001572021-05-24O belo, o feio e o abjeto nos corpos femininosBento,Berenice Belo Feio Abjeto Feminino Travesti Resumo O projeto social hegemônico para os corpos generificados assenta-se na suposição de que existe uma relação de continuidade entre a genitália (vagina/pênis), o corpo inteiro (mulher/homem) e as práticas generificadas (feminilidades/masculinidades). Esta linha de continuidade marcaria o que Judith Butler irá chamar de “gêneros inteligíveis”. A hipótese deste artigo é que a noção que ameaça o reconhecimento de um corpo como pertencente a um determinado gênero não é a feiura. Beleza e feiura seriam gradações hierarquizadas da leitura sobre os corpos generificados inteligíveis. São os corpos das travestis, das pessoas trans, transgênero que expressariam o lado da negação, da abjeção e que estariam fora mesmo das hierarquias de beleza. As categorias centrais de análise serão abjeção e gênero E o objetivo será discutir as categorias belo, feio e abjeto nos femininos relacionando-as às noções de performance de gênero, paródia, próteses identitárias e relações de poder.info:eu-repo/semantics/openAccessDepartamento de Sociologia da Universidade de Brasília Sociedade e Estado v.36 n.1 20212021-04-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922021000100157pt10.1590/s0102-6992-202136010008 |
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Resumo O projeto social hegemônico para os corpos generificados assenta-se na suposição de que existe uma relação de continuidade entre a genitália (vagina/pênis), o corpo inteiro (mulher/homem) e as práticas generificadas (feminilidades/masculinidades). Esta linha de continuidade marcaria o que Judith Butler irá chamar de “gêneros inteligíveis”. A hipótese deste artigo é que a noção que ameaça o reconhecimento de um corpo como pertencente a um determinado gênero não é a feiura. Beleza e feiura seriam gradações hierarquizadas da leitura sobre os corpos generificados inteligíveis. São os corpos das travestis, das pessoas trans, transgênero que expressariam o lado da negação, da abjeção e que estariam fora mesmo das hierarquias de beleza. As categorias centrais de análise serão abjeção e gênero E o objetivo será discutir as categorias belo, feio e abjeto nos femininos relacionando-as às noções de performance de gênero, paródia, próteses identitárias e relações de poder. |
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