REVOLUÇÃO: DA ANAKYKLOSIS À UTOPIA LIBERAL DE SIEYÈS

Procuramos analisar, neste artigo, de que modo o termo revolução abandona seu conteúdo descritivo, ligado quer à metáfora astronômica quer à anakyklosis grega, para se tornar um conceito com forte caráter normativo ao longo do século XVII e, notadamente, durante a Revolução Francesa. Tomando Sieyès como pensador exemplar de uma concepção liberal, nossa intenção consiste em demonstrar de que modo esse autor articula o conceito de revolução à questão do tempo histórico. Ainda que esse conceito tenha assumido uma conotação fortemente normativa, veremos que ele continua a demandar um aval do tempo. E é justamente por meio dessa articulação específica com o tempo que Sieyès estabelece limites ao processo revolucionário, os quais tomam forma através do primado da revolução política sobre a revolução social.

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Bibliographic Details
Main Author: Bianchi,Bernardo
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: CEDEC 2016
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452016000100107
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Description
Summary:Procuramos analisar, neste artigo, de que modo o termo revolução abandona seu conteúdo descritivo, ligado quer à metáfora astronômica quer à anakyklosis grega, para se tornar um conceito com forte caráter normativo ao longo do século XVII e, notadamente, durante a Revolução Francesa. Tomando Sieyès como pensador exemplar de uma concepção liberal, nossa intenção consiste em demonstrar de que modo esse autor articula o conceito de revolução à questão do tempo histórico. Ainda que esse conceito tenha assumido uma conotação fortemente normativa, veremos que ele continua a demandar um aval do tempo. E é justamente por meio dessa articulação específica com o tempo que Sieyès estabelece limites ao processo revolucionário, os quais tomam forma através do primado da revolução política sobre a revolução social.