A Violação da Condição em Kadiwéu
Apesar de o kadiwéu apresentar as mesmas características tipológicas das línguas analisadas por Baker (1995), este trabalho mostra que o parâmetro da polissíntese proposto por Baker, de acordo com o qual as línguas polissintéticas seriam línguas de argumentos pronominais, não se sustenta para esta língua. Este artigo oferece, então, uma análise alternativa à teoria dos argumentos pronominais para o kadiwéu sustentando que sintagmas nominais são argumentos verbais nesta língua polissintética, como em qualquer outra língua melhor conhecida. Nesta perspectiva, uma das característica principais das línguas polissintéticas, a suposta violação da Condição C (e.g. <>i quer que João i ame Maria, <>i quebrou a faca do João i), deriva de movimento sintático decorrente da natureza do sistema-v do kadiwéu. Este texto, assim, questiona a existência de um parâmetro da polissíntese e desenvolve um insight de Fukui & Speas (1996) que prevê que a sintaxe de uma dada língua decorre das categorias funcionais presentes no léxico desta língua.
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP
2002
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