O uso do camalote, Eichhornia crassipes (Mart.) Solms, Pontederiaceae, para confecção de artesanato no Distrito de Albuquerque, Corumbá, MS, Brasil

Eichhornia crassipes (Mart.) Solms, conhecida localmente como camalote, é uma planta aquática nativa da América do Sul, abundante no Pantanal. Os índios Guató usavam essa planta no Pantanal para a confecção de esteiras para dormir. Atualmente a comunidade não indígena do distrito de Albuquerque, Corumbá, MS, está fazendo artesanato com essa planta. O processo foi ensinado por uma índia Guató (74 anos) que manteve a tradição de trançar o camalote. O uso do camalote para a confecção de artesanato é descrito aqui. O método utilizado inclui entrevistas semi-estruturadas e observação participante. A extração do camalote é feita nos rios, corixos e lagoas da região. As folhas são cortadas e somente os pecíolos são transportados para casa, lavados em água corrente e colocados para secar ao sol. Depois de secos os pecíolos são trançados e costurados. A técnica original dos Guató consiste em costurar o artesanato com linhas confeccionadas com algodão (Gossypium sp.) ou tucum (Bactris sp.), atualmente substituídos por fios de nylon, em Albuquerque. O artesanato é vendido aos turistas.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Bortolotto,Ieda Maria, Guarim Neto,Germano
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Botânica do Brasil 2005
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062005000200016
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Eichhornia crassipes (Mart.) Solms, conhecida localmente como camalote, é uma planta aquática nativa da América do Sul, abundante no Pantanal. Os índios Guató usavam essa planta no Pantanal para a confecção de esteiras para dormir. Atualmente a comunidade não indígena do distrito de Albuquerque, Corumbá, MS, está fazendo artesanato com essa planta. O processo foi ensinado por uma índia Guató (74 anos) que manteve a tradição de trançar o camalote. O uso do camalote para a confecção de artesanato é descrito aqui. O método utilizado inclui entrevistas semi-estruturadas e observação participante. A extração do camalote é feita nos rios, corixos e lagoas da região. As folhas são cortadas e somente os pecíolos são transportados para casa, lavados em água corrente e colocados para secar ao sol. Depois de secos os pecíolos são trançados e costurados. A técnica original dos Guató consiste em costurar o artesanato com linhas confeccionadas com algodão (Gossypium sp.) ou tucum (Bactris sp.), atualmente substituídos por fios de nylon, em Albuquerque. O artesanato é vendido aos turistas.