Gênero e trabalho noturno: sono, cotidiano e vivências de quem troca a noite pelo dia

O artigo trata do impacto do trabalho noturno sob o enfoque de gênero, através de trabalho de campo em uma indústria que emprega homens e mulheres no turno noturno. O estudo se baseia em informações sobre os horários de sono por várias semanas, dados sócio-demográficos e relativos ao trabalho profissional e em entrevistas semi-estruturadas. A metodologia considera aspectos cronobiológicos do sono - essencialmente quantitativos - e elementos discursivos dos/as trabalhadores/as sobre suas vivências - masculinas e femininas - da troca do dia pela noite. Em que pese as questões de gênero e diferenças quanto ao cotidiano, a inversão de horários é sentida de forma intensa por homens e mulheres, permeando diversos aspectos da vida, como a saúde, o lazer, os estudos e as relações amorosas. A análise quantitativa do sono revelou efeitos mais prejudiciais do trabalho noturno sobre as mulheres, particularmente as que têm filhos. Tais padrões do sono se articularam com as expectativas que recaem sobre os gêneros, revelando a profunda interrelação entre o trabalho profissional e a vida doméstica como geradoras de impactos à saúde, o que ressalta o caráter essencial das relações de gênero na compreensão da realidade vivida pelos que trabalham em horários não usuais.

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Bibliographic Details
Main Authors: Rotenberg,Lúcia, Portela,Luciana Fernandes, Marcondes,Willer Baumgartem, Moreno,Cláudia, Nascimento,Cristiano de Paula
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 2001
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2001000300018
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Summary:O artigo trata do impacto do trabalho noturno sob o enfoque de gênero, através de trabalho de campo em uma indústria que emprega homens e mulheres no turno noturno. O estudo se baseia em informações sobre os horários de sono por várias semanas, dados sócio-demográficos e relativos ao trabalho profissional e em entrevistas semi-estruturadas. A metodologia considera aspectos cronobiológicos do sono - essencialmente quantitativos - e elementos discursivos dos/as trabalhadores/as sobre suas vivências - masculinas e femininas - da troca do dia pela noite. Em que pese as questões de gênero e diferenças quanto ao cotidiano, a inversão de horários é sentida de forma intensa por homens e mulheres, permeando diversos aspectos da vida, como a saúde, o lazer, os estudos e as relações amorosas. A análise quantitativa do sono revelou efeitos mais prejudiciais do trabalho noturno sobre as mulheres, particularmente as que têm filhos. Tais padrões do sono se articularam com as expectativas que recaem sobre os gêneros, revelando a profunda interrelação entre o trabalho profissional e a vida doméstica como geradoras de impactos à saúde, o que ressalta o caráter essencial das relações de gênero na compreensão da realidade vivida pelos que trabalham em horários não usuais.