Sistema convectivo de mesoescala observado no dia 12 de dezembro de 1992 durante TOGA-COARE: Estrutura cinemática e transporte de quantidade de movimento

No dia 12/12/92, durante o experimento de campo TOGA-COARE (Tropical Ocean Global Atmosphere-Coupled Ocean-Atmosphere Response Experiment) uma missão foi efetuada, detectando uma região de convecção a NE da zona chamada de "Intensive Flux Array " (IFA: 1ºN-4ºS, 151-158ºE). Essa região caracterizava-se por apresentar uma circulação ciclônica nos baixos níveis e um fluxo divergente de NE em altitude, caracterizando a atividade convectiva do sistema. A análise das imagens no canal infravermelho do satélite GMS-4 indicava uma discreta propagação do sistema em direção a sudoeste. Os dois aviões WP-3D da "National Oceanic and Atmospheric Administration" (NOAA), utilizando a técnica de varredura FAST (Fore/Aft Scanning Technique), descreveram trajetórias paralelas coordenadas, primeiramente ao longo da linha convectiva e em seguida dentro da região estratiforme do sistema. Os dados de radares Doppler coletados durante essa missão mostravam a existência de células convectivas moderadas, localizadas dentro de uma área de precipitação estratiforme, e células convectivas mais intensas localizadas a sudoeste do sistema. A combinação das porções paralelas das trajetórias de cada avião foi utilizada para restituir o campo de vento 3D, usando a técnica variacional EODD (Extended Overdetermined Dual-Doppler). O campo de vento 3D, derivado dos dados de radar, serviu para estudar as características do sistema observado e para examinar a estrutura dos transportes de quantidade de movimento operado pelo sistema. A estrutura cinemática do sistema mostrou características clássicas, com um fluxo ascendente na frente do sistema que transporta o ar das camadas inferiores para o alto e um fluxo descendente atrás da linha convectiva. Os resultados para os transportes de quantidade de movimento também mostraram características similares a outros casos estudados anteriormente, tais como: (i) o transporte vertical de quantidade de movimento horizontal perpendicular à linha convectiva é amplificador do gradiente, resultando no aumento do seu cisalhamento vertical; (ii) para a componente paralela (v), a divergência vertical do fluxo v reduziu o seu cisalhamento vertical, gerando um transporte redutor do gradiente.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Campos,C. J. de, Chong,M.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Geofísica 1999
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-261X1999000200006
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
id oai:scielo:S0102-261X1999000200006
record_format ojs
spelling oai:scielo:S0102-261X19990002000062000-12-21Sistema convectivo de mesoescala observado no dia 12 de dezembro de 1992 durante TOGA-COARE: Estrutura cinemática e transporte de quantidade de movimentoCampos,C. J. deChong,M. Sistema convectivo de mesoescala Transporte de quantidade de movimento Técnica EODD TOGA-COARE No dia 12/12/92, durante o experimento de campo TOGA-COARE (Tropical Ocean Global Atmosphere-Coupled Ocean-Atmosphere Response Experiment) uma missão foi efetuada, detectando uma região de convecção a NE da zona chamada de "Intensive Flux Array " (IFA: 1ºN-4ºS, 151-158ºE). Essa região caracterizava-se por apresentar uma circulação ciclônica nos baixos níveis e um fluxo divergente de NE em altitude, caracterizando a atividade convectiva do sistema. A análise das imagens no canal infravermelho do satélite GMS-4 indicava uma discreta propagação do sistema em direção a sudoeste. Os dois aviões WP-3D da "National Oceanic and Atmospheric Administration" (NOAA), utilizando a técnica de varredura FAST (Fore/Aft Scanning Technique), descreveram trajetórias paralelas coordenadas, primeiramente ao longo da linha convectiva e em seguida dentro da região estratiforme do sistema. Os dados de radares Doppler coletados durante essa missão mostravam a existência de células convectivas moderadas, localizadas dentro de uma área de precipitação estratiforme, e células convectivas mais intensas localizadas a sudoeste do sistema. A combinação das porções paralelas das trajetórias de cada avião foi utilizada para restituir o campo de vento 3D, usando a técnica variacional EODD (Extended Overdetermined Dual-Doppler). O campo de vento 3D, derivado dos dados de radar, serviu para estudar as características do sistema observado e para examinar a estrutura dos transportes de quantidade de movimento operado pelo sistema. A estrutura cinemática do sistema mostrou características clássicas, com um fluxo ascendente na frente do sistema que transporta o ar das camadas inferiores para o alto e um fluxo descendente atrás da linha convectiva. Os resultados para os transportes de quantidade de movimento também mostraram características similares a outros casos estudados anteriormente, tais como: (i) o transporte vertical de quantidade de movimento horizontal perpendicular à linha convectiva é amplificador do gradiente, resultando no aumento do seu cisalhamento vertical; (ii) para a componente paralela (v), a divergência vertical do fluxo v reduziu o seu cisalhamento vertical, gerando um transporte redutor do gradiente.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Brasileira de GeofísicaRevista Brasileira de Geofísica v.17 n.2-3 19991999-11-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-261X1999000200006pt10.1590/S0102-261X1999000200006
institution SCIELO
collection OJS
country Brasil
countrycode BR
component Revista
access En linea
databasecode rev-scielo-br
tag revista
region America del Sur
libraryname SciELO
language Portuguese
format Digital
author Campos,C. J. de
Chong,M.
spellingShingle Campos,C. J. de
Chong,M.
Sistema convectivo de mesoescala observado no dia 12 de dezembro de 1992 durante TOGA-COARE: Estrutura cinemática e transporte de quantidade de movimento
author_facet Campos,C. J. de
Chong,M.
author_sort Campos,C. J. de
title Sistema convectivo de mesoescala observado no dia 12 de dezembro de 1992 durante TOGA-COARE: Estrutura cinemática e transporte de quantidade de movimento
title_short Sistema convectivo de mesoescala observado no dia 12 de dezembro de 1992 durante TOGA-COARE: Estrutura cinemática e transporte de quantidade de movimento
title_full Sistema convectivo de mesoescala observado no dia 12 de dezembro de 1992 durante TOGA-COARE: Estrutura cinemática e transporte de quantidade de movimento
title_fullStr Sistema convectivo de mesoescala observado no dia 12 de dezembro de 1992 durante TOGA-COARE: Estrutura cinemática e transporte de quantidade de movimento
title_full_unstemmed Sistema convectivo de mesoescala observado no dia 12 de dezembro de 1992 durante TOGA-COARE: Estrutura cinemática e transporte de quantidade de movimento
title_sort sistema convectivo de mesoescala observado no dia 12 de dezembro de 1992 durante toga-coare: estrutura cinemática e transporte de quantidade de movimento
description No dia 12/12/92, durante o experimento de campo TOGA-COARE (Tropical Ocean Global Atmosphere-Coupled Ocean-Atmosphere Response Experiment) uma missão foi efetuada, detectando uma região de convecção a NE da zona chamada de "Intensive Flux Array " (IFA: 1ºN-4ºS, 151-158ºE). Essa região caracterizava-se por apresentar uma circulação ciclônica nos baixos níveis e um fluxo divergente de NE em altitude, caracterizando a atividade convectiva do sistema. A análise das imagens no canal infravermelho do satélite GMS-4 indicava uma discreta propagação do sistema em direção a sudoeste. Os dois aviões WP-3D da "National Oceanic and Atmospheric Administration" (NOAA), utilizando a técnica de varredura FAST (Fore/Aft Scanning Technique), descreveram trajetórias paralelas coordenadas, primeiramente ao longo da linha convectiva e em seguida dentro da região estratiforme do sistema. Os dados de radares Doppler coletados durante essa missão mostravam a existência de células convectivas moderadas, localizadas dentro de uma área de precipitação estratiforme, e células convectivas mais intensas localizadas a sudoeste do sistema. A combinação das porções paralelas das trajetórias de cada avião foi utilizada para restituir o campo de vento 3D, usando a técnica variacional EODD (Extended Overdetermined Dual-Doppler). O campo de vento 3D, derivado dos dados de radar, serviu para estudar as características do sistema observado e para examinar a estrutura dos transportes de quantidade de movimento operado pelo sistema. A estrutura cinemática do sistema mostrou características clássicas, com um fluxo ascendente na frente do sistema que transporta o ar das camadas inferiores para o alto e um fluxo descendente atrás da linha convectiva. Os resultados para os transportes de quantidade de movimento também mostraram características similares a outros casos estudados anteriormente, tais como: (i) o transporte vertical de quantidade de movimento horizontal perpendicular à linha convectiva é amplificador do gradiente, resultando no aumento do seu cisalhamento vertical; (ii) para a componente paralela (v), a divergência vertical do fluxo v reduziu o seu cisalhamento vertical, gerando um transporte redutor do gradiente.
publisher Sociedade Brasileira de Geofísica
publishDate 1999
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-261X1999000200006
work_keys_str_mv AT camposcjde sistemaconvectivodemesoescalaobservadonodia12dedezembrode1992durantetogacoareestruturacinematicaetransportedequantidadedemovimento
AT chongm sistemaconvectivodemesoescalaobservadonodia12dedezembrode1992durantetogacoareestruturacinematicaetransportedequantidadedemovimento
_version_ 1756395927842586624