Uma revisão sobre depressão como fator de risco na Doença de Parkinson e seu impacto na cognição

OBJETIVOS: Esta revisão tem dois objetivos. 1. Examinar o impacto da depressão sobre a cognição na Doença de Parkinson (DP). 2. Examinar o papel da depressão como fator de risco tanto para DP como para transtorno cognitivo na DP. METODOLOGIA: Revisão na literatura internacional, Medline, de artigos clínicos seccionais, prospectivos e de caso controle, avaliando a função cognitiva de parkinsonianos com e sem depressão, entre 1967 e 2003. Palavras-chave Doença de Parkinson, Depressão e cognição. RESULTADOS: Os trabalhos sobre o impacto da depressão na cognição de parkinsonianos apresentam afirmações divergentes. Cinco artigos concluem que há impacto e quatro não confirmam esses dados. Pode-se afirmar que a depressão é um fator de risco para DP, assim como a DP é um fator de risco para depressão. No entanto, nenhuma definição foi possível no que se refere à depressão como fator de risco para transtornos cognitivos em parkinsonianos. Observa-se que os dados sobre a prevalência de depressão e déficit cognitivo na DP são inconclusivos, com grande margem percentual entre os autores. A depressão em parkinsonianos está associada com avanço da gravidade da DP, estágio avançado de Hoehn e Yahr, alta pontuação na Unified Parkinson's Disease Rating Scale (UPDRS), ocorrência de quedas, baixa pontuação no Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e na Escala Schwab e England, déficit cognitivo, bradicinesia axial, alterações na marcha e no balanço, idade mais avançada, sexo feminino e presença de alteração do pensamento. CONCLUSÃO: A interação entre depressão e DP é complexa e bidirecional. A depressão é um fator de risco para DP, assim como DP é um fator de risco para depressão. É possível se traçar um perfil mais homogêneo do paciente deprimido com DP que evolui com transtorno cognitivo, mas não foi possível definir a depressão como um fator de risco para transtornos cognitivos na DP. Estudos que utilizem critérios diagnósticos definidos e com amostras representativas da população podem trazer esclarecimento sobre o assunto.

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Main Authors: Silberman,Cláudia Débora, Laks,Jerson, Rodrigues,Cláudia Soares, Engelhardt,Eliasz
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul 2004
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082004000100008
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spelling oai:scielo:S0101-810820040001000082005-09-13Uma revisão sobre depressão como fator de risco na Doença de Parkinson e seu impacto na cogniçãoSilberman,Cláudia DéboraLaks,JersonRodrigues,Cláudia SoaresEngelhardt,Eliasz Doença de Parkinson depressão cognição OBJETIVOS: Esta revisão tem dois objetivos. 1. Examinar o impacto da depressão sobre a cognição na Doença de Parkinson (DP). 2. Examinar o papel da depressão como fator de risco tanto para DP como para transtorno cognitivo na DP. METODOLOGIA: Revisão na literatura internacional, Medline, de artigos clínicos seccionais, prospectivos e de caso controle, avaliando a função cognitiva de parkinsonianos com e sem depressão, entre 1967 e 2003. Palavras-chave Doença de Parkinson, Depressão e cognição. RESULTADOS: Os trabalhos sobre o impacto da depressão na cognição de parkinsonianos apresentam afirmações divergentes. Cinco artigos concluem que há impacto e quatro não confirmam esses dados. Pode-se afirmar que a depressão é um fator de risco para DP, assim como a DP é um fator de risco para depressão. No entanto, nenhuma definição foi possível no que se refere à depressão como fator de risco para transtornos cognitivos em parkinsonianos. Observa-se que os dados sobre a prevalência de depressão e déficit cognitivo na DP são inconclusivos, com grande margem percentual entre os autores. A depressão em parkinsonianos está associada com avanço da gravidade da DP, estágio avançado de Hoehn e Yahr, alta pontuação na Unified Parkinson's Disease Rating Scale (UPDRS), ocorrência de quedas, baixa pontuação no Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e na Escala Schwab e England, déficit cognitivo, bradicinesia axial, alterações na marcha e no balanço, idade mais avançada, sexo feminino e presença de alteração do pensamento. CONCLUSÃO: A interação entre depressão e DP é complexa e bidirecional. A depressão é um fator de risco para DP, assim como DP é um fator de risco para depressão. É possível se traçar um perfil mais homogêneo do paciente deprimido com DP que evolui com transtorno cognitivo, mas não foi possível definir a depressão como um fator de risco para transtornos cognitivos na DP. Estudos que utilizem critérios diagnósticos definidos e com amostras representativas da população podem trazer esclarecimento sobre o assunto.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade de Psiquiatria do Rio Grande do SulRevista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul v.26 n.1 20042004-04-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082004000100008pt10.1590/S0101-81082004000100008
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