Diclofenaco por via muscular ou retal associado com baixas doses de morfina subaracnóidea para analgesia pós-operatória em cesarianas
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O diclofenaco tem sido utilizado em combinação com opióides por via subaracnóidea no controle da dor pós-operatória; entretanto, a melhor forma de sua administração não é conhecida. Este estudo avaliou a qualidade da analgesia pós-operatória de diferentes esquemas de administração de diclofenaco, em pacientes submetidas à cesariana sob raquianestesia com bupivacaína e morfina. MÉTODO: Após o final da cirurgia, as pacientes foram distribuídas aleatoriamente em três grupos que receberam diclofenaco como se segue: G50VR (n=62), 50 mg por via retal; G50IM (n=62), 50 mg por via muscular e G75IM (n=62), 75 mg por via muscular. A dor foi avaliada com uma escala analógica visual de 0-10 cm (EAV) a cada 30 minutos nas primeiras seis horas e meperidina, via venosa, foi administrada como medicação de resgate sempre que a EAV fosse igual ou maior que 3 cm. RESULTADOS: No intervalo entre 30 e 150 minutos após a administração do diclofenaco, a média da intensidade de dor no grupo G50VR (0,9 ± 1,4; 1,4 ± 1,4; 1,3 ± 1,5; 1,3 ± 1,2 e 1,5 ± 3,3 cm) foi maior quando comparada com as do G50IM (0,4 ± 0,8; 0,5 ± 0,8; 0,7 ± 1,0; 0,7 ± 1,1 e 0,7 ± 1,1 cm) e G75IM (0,4 ± 0,8; 0,7 ± 1,3; 0,7 ± 1,1; 0,8 ± 1,2 e 0,7 ± 1,0 cm). A necessidade de meperidina de resgate (43,5%) e o consumo total de meperidina (21,3 ± 28,9 mg) foram maiores no G50VR, quando comparados com G50IM (21% e 8,2 ± 18,2 mg) e G75IM (19,4% e 6,8 ± 16,7 mg). CONCLUSÕES: Quando combinada com baixas doses de morfina subaracnóidea, a administração do diclofenaco por via muscular promove melhor analgesia pós-operatória que por via retal. Além disso, parece haver um efeito teto para esta droga, já que não se observam vantagens com doses superiores a 50 mg por via muscular.
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Format: | Digital revista |
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Published: |
Sociedade Brasileira de Anestesiologia
2002
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oai:scielo:S0034-709420020006000022003-05-08Diclofenaco por via muscular ou retal associado com baixas doses de morfina subaracnóidea para analgesia pós-operatória em cesarianasCardoso,Mônica Maria Siaulys CapelCarvalho,José Carlos AlmeidaTahamtani,Silvia Maria Machado ANALGESIA/Pós-operatória CIRURGIA/Obstétrica CIRURGIA/cesariana DROGAS/Antiinflamatório DROGAS/diclofenaco TÉCNICAS ANESTÉSICAS/Regional TÉCNICAS ANESTÉSICAS/subaracnóidea JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O diclofenaco tem sido utilizado em combinação com opióides por via subaracnóidea no controle da dor pós-operatória; entretanto, a melhor forma de sua administração não é conhecida. Este estudo avaliou a qualidade da analgesia pós-operatória de diferentes esquemas de administração de diclofenaco, em pacientes submetidas à cesariana sob raquianestesia com bupivacaína e morfina. MÉTODO: Após o final da cirurgia, as pacientes foram distribuídas aleatoriamente em três grupos que receberam diclofenaco como se segue: G50VR (n=62), 50 mg por via retal; G50IM (n=62), 50 mg por via muscular e G75IM (n=62), 75 mg por via muscular. A dor foi avaliada com uma escala analógica visual de 0-10 cm (EAV) a cada 30 minutos nas primeiras seis horas e meperidina, via venosa, foi administrada como medicação de resgate sempre que a EAV fosse igual ou maior que 3 cm. RESULTADOS: No intervalo entre 30 e 150 minutos após a administração do diclofenaco, a média da intensidade de dor no grupo G50VR (0,9 ± 1,4; 1,4 ± 1,4; 1,3 ± 1,5; 1,3 ± 1,2 e 1,5 ± 3,3 cm) foi maior quando comparada com as do G50IM (0,4 ± 0,8; 0,5 ± 0,8; 0,7 ± 1,0; 0,7 ± 1,1 e 0,7 ± 1,1 cm) e G75IM (0,4 ± 0,8; 0,7 ± 1,3; 0,7 ± 1,1; 0,8 ± 1,2 e 0,7 ± 1,0 cm). A necessidade de meperidina de resgate (43,5%) e o consumo total de meperidina (21,3 ± 28,9 mg) foram maiores no G50VR, quando comparados com G50IM (21% e 8,2 ± 18,2 mg) e G75IM (19,4% e 6,8 ± 16,7 mg). CONCLUSÕES: Quando combinada com baixas doses de morfina subaracnóidea, a administração do diclofenaco por via muscular promove melhor analgesia pós-operatória que por via retal. Além disso, parece haver um efeito teto para esta droga, já que não se observam vantagens com doses superiores a 50 mg por via muscular.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Brasileira de AnestesiologiaRevista Brasileira de Anestesiologia v.52 n.6 20022002-11-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942002000600002pt10.1590/S0034-70942002000600002 |
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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O diclofenaco tem sido utilizado em combinação com opióides por via subaracnóidea no controle da dor pós-operatória; entretanto, a melhor forma de sua administração não é conhecida. Este estudo avaliou a qualidade da analgesia pós-operatória de diferentes esquemas de administração de diclofenaco, em pacientes submetidas à cesariana sob raquianestesia com bupivacaína e morfina. MÉTODO: Após o final da cirurgia, as pacientes foram distribuídas aleatoriamente em três grupos que receberam diclofenaco como se segue: G50VR (n=62), 50 mg por via retal; G50IM (n=62), 50 mg por via muscular e G75IM (n=62), 75 mg por via muscular. A dor foi avaliada com uma escala analógica visual de 0-10 cm (EAV) a cada 30 minutos nas primeiras seis horas e meperidina, via venosa, foi administrada como medicação de resgate sempre que a EAV fosse igual ou maior que 3 cm. RESULTADOS: No intervalo entre 30 e 150 minutos após a administração do diclofenaco, a média da intensidade de dor no grupo G50VR (0,9 ± 1,4; 1,4 ± 1,4; 1,3 ± 1,5; 1,3 ± 1,2 e 1,5 ± 3,3 cm) foi maior quando comparada com as do G50IM (0,4 ± 0,8; 0,5 ± 0,8; 0,7 ± 1,0; 0,7 ± 1,1 e 0,7 ± 1,1 cm) e G75IM (0,4 ± 0,8; 0,7 ± 1,3; 0,7 ± 1,1; 0,8 ± 1,2 e 0,7 ± 1,0 cm). A necessidade de meperidina de resgate (43,5%) e o consumo total de meperidina (21,3 ± 28,9 mg) foram maiores no G50VR, quando comparados com G50IM (21% e 8,2 ± 18,2 mg) e G75IM (19,4% e 6,8 ± 16,7 mg). CONCLUSÕES: Quando combinada com baixas doses de morfina subaracnóidea, a administração do diclofenaco por via muscular promove melhor analgesia pós-operatória que por via retal. Além disso, parece haver um efeito teto para esta droga, já que não se observam vantagens com doses superiores a 50 mg por via muscular. |
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