Identificação e avaliação do feromônio sexual de Helicoverpa armigera e atração cruzada entre espécies de Noctuidae representativas do Brasil.

O uso de agrotóxicos para o controle de pragas agrícolas em áreas de agricultura intensiva no Brasil, vem aumentando ano a ano. A partir do ano de 2012, observaram-se populações de Helicoverpa armigera em altas densidade e em diferentes culturas do país, devido à falta de métodos eficientes e sustentáveis para o seu controle. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento autorizou a utilização de agrotóxicos até então não permitidos no país, apenas para o controle dessa espécie invasiva, e paralelamente determinaram-se uma série de ações de pesquisa para desenvolver um programa de manejo integrado que inclua métodos com menor impacto. Um método de manejo que tem potencial de minimizar o uso indiscriminado de agrotóxicos é a utilização dos feromônios sexuais para o monitoramento de pragas agrícolas no campo. Os feromônios sexuais são altamente específicos, não atingem organismos não alvo, como os inimigos naturais, e tem alta sensibilidade para detecção de mariposas. Tais características permitem que o agricultor identifique infestações iniciais da praga no campo e possa tomar decisões de medidas de controle antes que a praga se estabeleça. O objetivo deste trabalho foi identificar o feromônio sexual de uma população de H. armigera coletada em campos de soja e algodão na região de São Desidério no oeste da Bahia e avaliar a eficiência do feromônio comercial na sua atração. Extratos de glândulas de H. armigera foram analisados por cromatografia gasosa com o detector de ionização de chamas (CG-DIC), cromatografia gasosa com detector de espectrometria de massas (CG-EM) e cromatografia gasosa acoplado a um detector de eletroantenografia (CG-DEA). A ação dos compostos encontrados nas glândulas foi avaliada através de bioensaios em túnel de vento e eletrofisiologia. Experimentos de campo para avaliar o feromônio comercial e o indentificado na população de São Desiderio foram conduzidos em campo de algodão no estado da Bahia. Foram avaliados os seguintes tratamentos: (1) feromônio comercial de H. armigera; (2) septo preparado com os compostos identificados pelo grupo da Embrapa, contendo (9Z)-hexadecenal, (Z9-16:O), (Z11)-hexadecenal (Z11-16:O) e hexadecanal (16:O); (3) septo preparado com Z9-16:O e Z11-16:O; (4) duas fêmeas de H. armigera; e (5) septo controle com pentano. Três compostos foram identificados na glândula de fêmeas de H. armigera, sendo eles o Z9-16:O, o Z11-16:O e o 16:O, mas somente os dois primeiros aldeídos mostraram atração e induziram a resposta nas antenas de machos de H. armigera (CG-DEA). Nos bioensaios em túnel de vento, os machos confirmaram a resposta eletroantenográfica, 38% respondeu para a mistura sintética contendo os dois aldeídos insaturados Z9-16:O e Z11-16:O (0.03:97). No entanto, quando se adicionou o aldeído saturado, nenhum inseto pousou na fonte de odor. O experimento de campo, mostrou que a mistura do feromônio comercial é atrativa para H. armigera. Atração cruzada interespecífica foi detectada durante o estudo e as misturas sintéticas não comerciais capturaram além de H. armigera, Spodoptera frugiperda e Elaphria agrotina. Esta atração cruzada, pode ser explicada devido a alguns dos compostos da mistura feromonal serem comuns entre diferentes espécies, embora em proporções distintas.

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Main Authors: BORGES, M., MICHEREFF, M. F. F., LAUMANN, R. A., BLASSIOLI-MORAES, M. C. B., MAGALHÃES, D. M., PAULA-MORAIS, SPECHT, A.
Other Authors: MIGUEL BORGES, Cenargen; Mirian Fernandes Furtado Michereff, Bolsista da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia; RAUL ALBERTO LAUMANN, Cenargen; MARIA CAROLINA BLASSIOLI MORAES, Cenargen; Diego Martins Magalhães, Bolsista da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia; Silvana Vieira de Paula-Morais, West Florida Research and Education Center; ALEXANDRE SPECHT, CPAC.
Format: Folhetos biblioteca
Language:pt_BR
por
Published: 2018
Subjects:Agrotóxico, Praga de Planta, Feromônio,
Online Access:http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1093072
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