Diagnóstico para recuperação de áreas degradadas de matas ripárias do rio São Francisco no bioma Caatinga: um subsídio para discussão do código florestal.
A recuperação de matas ripárias degradadas do Rio São Francisco no Bioma Caatinga é necessária e deve ter caráter prioritário nas políticas públicas. Estudos que mapearam a região mostraram que o descumprimento do código florestal referente aos 500 metros de área de preservação permanente do entorno do rio ocorre quase que na totalidade da área. As iniciativas de recuperação que levaram em consideração apenas o plantio de espécies mostraram-se ineficientes. Abordamos aqui um estudo transdisciplinar contextualizado ao mapeamento edafo-ambiental específico da região, envolvendo análises históricas da paisagem ao longo de uma trecho de 219 km de rio, durante 20 anos, aliado a levantamentos de campo sócio-ambientais que definiram 16 áreas pilotos (propriedades rurais) para diagnóstico. O estudo enfocou: etnobiologia, levantamento da cobertura florestal, banco de sementes, visitantes florais, solo (química, física e biologia). Os resultados foram: a cobertura vegetal distribuiu-se de maneira diferenciada para os ambientes ripários adjacentes às margens; os solos, na maioria degradados, apresentaram altos teores de salinidade. Daí definiram-se ações de recuperação de solos e de recomposição da vegetação. Pelos estudos etnobiológicos, as áreas pilotos foram classificadas em 4 tipos de manejo, consoante as interações entre propriedade e usuário: familiar (individual, comunitária, empresarial) e empresarial. De acordo com as análises estatísticas, entre os quesitos biológicos e físicos, não há um fator preponderante que pudesse balizar uma ação geral de recomposição nas 16 áreas; porém, o teste de Kruskal-Wallis (x2=37.3626, df = 3, p = 3.856e-08) mostrou que há uma influência do tipo de manejo sobre a presença de vegetação. O estudo permite concluir que o código florestal deve considerar, além das questões de solo e de vegetação, o tipo de manejo da propriedade, para efeitos de recuperação de APP de rio no bioma Caatinga.
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2011-10-05T11:11:11Z
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dig-alice-doc-9024342017-08-15T22:30:56Z Diagnóstico para recuperação de áreas degradadas de matas ripárias do rio São Francisco no bioma Caatinga: um subsídio para discussão do código florestal. ALVAREZ, I. A. ALBUQUERQUE, U. P. de KIILL, L. H. P. OLIVEIRA NETO, M. B. de PEREIRA, L. A. SCHILLING, A. C. IVAN ANDRE ALVAREZ, CNPM; ULYSSES PAULINO DE ALBUQUERQUE, UFRPE; LUCIA HELENA PIEDADE KIILL, CPATSA; MANOEL BATISTA DE OLIVEIRA NETO, CNPS; LUCIO ALBERTO PEREIRA, CPATSA; ANA CRISTINA SCHILLING, UESC. Restauração florestal Área de preservação permanente A recuperação de matas ripárias degradadas do Rio São Francisco no Bioma Caatinga é necessária e deve ter caráter prioritário nas políticas públicas. Estudos que mapearam a região mostraram que o descumprimento do código florestal referente aos 500 metros de área de preservação permanente do entorno do rio ocorre quase que na totalidade da área. As iniciativas de recuperação que levaram em consideração apenas o plantio de espécies mostraram-se ineficientes. Abordamos aqui um estudo transdisciplinar contextualizado ao mapeamento edafo-ambiental específico da região, envolvendo análises históricas da paisagem ao longo de uma trecho de 219 km de rio, durante 20 anos, aliado a levantamentos de campo sócio-ambientais que definiram 16 áreas pilotos (propriedades rurais) para diagnóstico. O estudo enfocou: etnobiologia, levantamento da cobertura florestal, banco de sementes, visitantes florais, solo (química, física e biologia). Os resultados foram: a cobertura vegetal distribuiu-se de maneira diferenciada para os ambientes ripários adjacentes às margens; os solos, na maioria degradados, apresentaram altos teores de salinidade. Daí definiram-se ações de recuperação de solos e de recomposição da vegetação. Pelos estudos etnobiológicos, as áreas pilotos foram classificadas em 4 tipos de manejo, consoante as interações entre propriedade e usuário: familiar (individual, comunitária, empresarial) e empresarial. De acordo com as análises estatísticas, entre os quesitos biológicos e físicos, não há um fator preponderante que pudesse balizar uma ação geral de recomposição nas 16 áreas; porém, o teste de Kruskal-Wallis (x2=37.3626, df = 3, p = 3.856e-08) mostrou que há uma influência do tipo de manejo sobre a presença de vegetação. O estudo permite concluir que o código florestal deve considerar, além das questões de solo e de vegetação, o tipo de manejo da propriedade, para efeitos de recuperação de APP de rio no bioma Caatinga. 2011-10-05T11:11:11Z 2011-10-05T11:11:11Z 2011-10-05T11:11:11Z 2011-10-05T11:11:11Z 2011-10-05 2011 2019-05-03T11:11:11Z Anais e Proceedings de eventos In: CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA, 62., 2011, Fortaleza. Anais... Fortaleza: UEC, 2011. http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/902434 pt_BR por openAccess 1 p. |
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A recuperação de matas ripárias degradadas do Rio São Francisco no Bioma Caatinga é necessária e deve ter caráter prioritário nas políticas públicas. Estudos que mapearam a região mostraram que o descumprimento do código florestal referente aos 500 metros de área de preservação permanente do entorno do rio ocorre quase que na totalidade da área. As iniciativas de recuperação que levaram em consideração apenas o plantio de espécies mostraram-se ineficientes. Abordamos aqui um estudo transdisciplinar contextualizado ao mapeamento edafo-ambiental específico da região, envolvendo análises históricas da paisagem ao longo de uma trecho de 219 km de rio, durante 20 anos, aliado a levantamentos de campo sócio-ambientais que definiram 16 áreas pilotos (propriedades rurais) para diagnóstico. O estudo enfocou: etnobiologia, levantamento da cobertura florestal, banco de sementes, visitantes florais, solo (química, física e biologia). Os resultados foram: a cobertura vegetal distribuiu-se de maneira diferenciada para os ambientes ripários adjacentes às margens; os solos, na maioria degradados, apresentaram altos teores de salinidade. Daí definiram-se ações de recuperação de solos e de recomposição da vegetação. Pelos estudos etnobiológicos, as áreas pilotos foram classificadas em 4 tipos de manejo, consoante as interações entre propriedade e usuário: familiar (individual, comunitária, empresarial) e empresarial. De acordo com as análises estatísticas, entre os quesitos biológicos e físicos, não há um fator preponderante que pudesse balizar uma ação geral de recomposição nas 16 áreas; porém, o teste de Kruskal-Wallis (x2=37.3626, df = 3, p = 3.856e-08) mostrou que há uma influência do tipo de manejo sobre a presença de vegetação. O estudo permite concluir que o código florestal deve considerar, além das questões de solo e de vegetação, o tipo de manejo da propriedade, para efeitos de recuperação de APP de rio no bioma Caatinga. |
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