Sistemas silvipastoris na Amazônia Oriental.

Na Amazônia Oriental, grandes extensões de florestas foram derrubadas para dar lugar a pastagens para criação extensiva de gado de corte e de leite. Esse modelo de uso-da-terra tem sido considerado como pouco sustentável do ponto de vista econômico e ecológico. Os sistemas silvipastoris têm sido considerados como uma alternativa promissora para aliar os benefícios ambientais proporcionadas pelos plantios arbóreos à produção animal. Os fundamentos básicos que sustentam os benefícios das árvores nesses sistemas, no entanto, precisam ser comprovados mais claramente nas condições regionais. O sucesso desses sistemas vai depender do equilíbrio das interações entre os seus principais componentes (árvore, pastagem e animal). No entanto, na região ainda não existe um conjunto de informaç&oti de;es básicas que sustente, com segurança, o uso desses sistemas nas propriedades. Apesar de haver algum esforço de pesquisa nessa área, geralmente os estudos ainda tentam equacionar questões muito básicas, com pouca relação com os problemas reais. Em algumas propriedades e estações experimentais da região, de forma pioneira, esse tipo de associação vem sendo testando, com algum sucesso. Como componente arbóreo, têm sido utilizados com destaque babaçu (Orbignia phalerata Mart.), inajá (Maximiana maripa), castanheira (Bertolletia excelsa), ipê (Tabebuia serratifolia), seringueira (Hevea brasiliensis), coqueiro (Coccus nucifera), dendezeiro (Elaeis guineensis), cajueiro (Anacardium occidentale), urucuzeiro (Bixa orellana), pinus (Pinus caribaea), mangueira (Mangifera indica), paricá (Schyzolobium amazo icum), tatajuba (Bagassa guianensis Aubl.), eucalipto (Eucalyptus tereticornis Smith), teca (Tectonia grandis), mogno (Swietenia macrophylla), mogno africano (Khaya ivorensis A. Chev.), taxi (Sclerolobium paniculatum), Acacia mangium e A. auriculiformis. E, como pastagem, braquiarão (Brachiaria brizantha), quicuio (B. humidicola), colonião (Panicum maximum), capim gengibre (Paspalum maritimum), Paspalum spp., jaraguá (Hyparrhenia rufa), puerária (Pueraria phaseoloides), Centrosema macrocarpum e C. pubescens. As principais limitações tecnológicas observadas foram: falta de persistência da pastagem no sub-bosque, danos às árvores provocados pelos animais e redução do crescimento das árvores. A disponibilidade de pastagem solteira adicional pode permitir flexibilizar o mane o do gado, contribuindo para viabilizar o sistema como um todo. O uso de cultivos intercalares temporários, antecedendo a pastagem, pode diminuir os custos de implantação do sistema. Além da intensificação das pesquisas básicas como seleção de germoplasma, arranjos espacial e temporal e manejo dos componentes, é necessário se desenvolver estudos socioeconômicos para entender as barreiras que impedem a adoção dos sistemas silvipastoris pelos diferentes tipos de produtores.

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Bibliographic Details
Main Authors: VEIGA, J. B. da, VEIGA, D. F. da
Other Authors: JONAS BASTOS DA VEIGA, CPATU; DEBORA FEIO DA VEIGA.
Format: Artigo em anais e proceedings biblioteca
Language:por
Published: 2005-11-22
Subjects:Sistema silvipastoril, Sistema agroflorestal, Sustentabilidade, Brasil, Pastagem, Pecuária, Uso da Terra, Amazonia,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/407348
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by VEIGA, J. B. da, VEIGA, D. F. da
Published 2000
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