Fitopatógenos habitantes ou transeuntes do solo na Amazônia.

A literatura está repleta de exemplos de patógenos habitantes ou transeuntes do solo, devastadores, que inviabilizam a exploração comercial de várias culturas na região amazônica, se medidas de controle não forem adotadas. Há uma série desses patógenos de plantas extremamente severos: os que afetam o sistema radicular, induzindo murcha vascular ou podridão; os que, apesar de serem do solo, afetam a parte aérea causando desfolhamentos sucessivos, seca descendente dos galhos e até a morte das plantas; e aqueles que afetam frutos e amêndoas. As doenças radiculares causam altos prejuízos, pois na maioria das vezes não existem medidas eficientes para controlar os patógenos. A murcha-bacteriana, que afeta plantas da família Solanaceae, como tomateiro e pimentão, e o moko da bananeira são causados pela bactéria Ralstonia solanacearum raças 1 e 2, respectivamente. As fusarioses da bananeira, da palma-de-óleo ou dendezeiro, da pimenteira-do-reino e da Acacia mangium, são induzidas, respectivamente, por Fusarium oxysporum f.sp. cubense, F. oxysporum f.sp. elaedis, F. oxysporum f.sp. piperis e F. solani. Entre os patógenos habitantes do solo que afetam a parte aérea das plantas destacam-se Thanatephorus cucumeris, prejudicando dezenas de espécies, como seringueira, citrus, mogno, feijoeiro e feijão-caupi; Sclerotium coffeicola, causador de manchas foliares e desfolhamento em diversas fruteiras. Além desses, citam-se os fungos Phytophthora dechsleri, responsável pela podridão-mole da mandioca, Phytophthora palmivora, que afeta a pupunheira, e Lasiodiplodia theobromae, responsável pelo tombamento de mudas e por podridões do caule de diversas espécies. Há os fungos destruidores do sistema radicular de árvores, como Ganoderma philippii, Rigidoporus lignosus e Phellinus noxius, e os nematoides, como Meloidogyne exigua, M. incognita e M. javanica afetando o sistema radicular da seringueira, e Radopholus similis, extremamente severo na cultura da bananeira. As amêndoas da castanheira-do-brasil sofrem grande incidência de fungos aflatoxigênicos que sobrevivem no solo, notadamente Aspergillus flavus e A. parasiticus.