Uso sustentável dos mares para soberania alimentar.
Os mares e oceanos contribuem para a soberania alimentar das nações por meio da pesca e aquicultura, e também para a manutenção das fontes de água doce e do clima da Terra. Há uma crescente demanda por pescado para a alimentação humana na maioria dos países produtores (FAO, 2016), sendo que estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) indicam que a demanda global por esses produtos irá aumentar em 70% nos próximos 30 anos. Hoje, a maior parcela desta demanda (71%) é suprida pelos estoques naturais capturados, em que a aquicultura desponta como uma atividade com potencial para fornecer pescado em longo prazo e com sustentabilidade (Boletim de Estudos & Pesquisas, 2015). À medida que a população humana mundial continuar a expandir-se para além de 8 bilhões, a dependência da produção aquícola como uma importante fonte de proteína também aumentará. A produção aquícola mundial de peixes mais que dobrou, passando de 32,4 milhões de toneladas em 2000 para 73,8 milhões em 2014. O Brasil ocupa a 14ª posição no ranking mundial, com um total de 562.500 toneladas de pescado (1,1% do total mundial) sendo 474.300 toneladas de peixes de água doce, 65.100 toneladas de crustáceos e 22.100 toneladas de moluscos (FAO, 2016). A maricultura brasileira é concentrada em camarões e moluscos, entretanto, pode-se desenvolver a piscicultura marinha por causa de seus enormes recursos naturais ambientais e condições climáticas adequadas (Schwarz et al., 2007; Cavalli; Hamilton, 2009; Cavalli et al., 2011; Collaço et al., 2015), principalmente considerando que o Brasil dispõe de uma vasta costa marítima, com mais de 8.500 km de extensão e grandes áreas de estuário, que se aproximam de 2,5 milhões de hectares (Barroso et al., 2007). Nesse sentido, a Embrapa, juntamente com parceiros, vem desenvolvendo projetos voltados para aumentar o conhecimento científico, desenvolver capacidades de pesquisa e transferir tecnologias marinhas, a fim de melhorar a contribuição da biodiversidade marinha para o desenvolvimento do País, sendo que os resultados aqui descritos poderão ser replicados em países com condições ambientais semelhantes dentro da América Latina (meta 14.a). Neste capítulo serão descritas ações, projetos e resultados de pesquisas voltadas ao desenvolvimento e à sustentabilidade da aquicultura, com vistas ao desenvolvimento econômico e social do Brasil (meta 14.7).
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2019-01-15
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dig-alice-doc-11041482019-01-19T00:22:40Z Uso sustentável dos mares para soberania alimentar. SILVA, C. A. da FOGACA, F. H. dos S. HISANO, H. LEGAT, A. P. LEGAT, J. F. A. PEREIRA, A. M. L. MARIA, A. N. CARNEIRO, P. C. F. PAIVA, S. R. CARLOS ALBERTO DA SILVA, CPATC; FABIOLA HELENA DOS SANTOS FOGACA, CTAA; HAMILTON HISANO, CNPMA; ANGELA PUCHNICK LEGAT, CPAMN; JEFFERSON FRANCISCO ALVES LEGAT, CPAMN; ALITIENE MOURA LEMOS PEREIRA, CPAMN; ALEXANDRE NIZIO MARIA, CPATC; PAULO CESAR FALANGHE CARNEIRO, CPATC; SAMUEL REZENDE PAIVA, Cenargen. Mar Desenvolvimento Sustentável Água Salgada Os mares e oceanos contribuem para a soberania alimentar das nações por meio da pesca e aquicultura, e também para a manutenção das fontes de água doce e do clima da Terra. Há uma crescente demanda por pescado para a alimentação humana na maioria dos países produtores (FAO, 2016), sendo que estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) indicam que a demanda global por esses produtos irá aumentar em 70% nos próximos 30 anos. Hoje, a maior parcela desta demanda (71%) é suprida pelos estoques naturais capturados, em que a aquicultura desponta como uma atividade com potencial para fornecer pescado em longo prazo e com sustentabilidade (Boletim de Estudos & Pesquisas, 2015). À medida que a população humana mundial continuar a expandir-se para além de 8 bilhões, a dependência da produção aquícola como uma importante fonte de proteína também aumentará. A produção aquícola mundial de peixes mais que dobrou, passando de 32,4 milhões de toneladas em 2000 para 73,8 milhões em 2014. O Brasil ocupa a 14ª posição no ranking mundial, com um total de 562.500 toneladas de pescado (1,1% do total mundial) sendo 474.300 toneladas de peixes de água doce, 65.100 toneladas de crustáceos e 22.100 toneladas de moluscos (FAO, 2016). A maricultura brasileira é concentrada em camarões e moluscos, entretanto, pode-se desenvolver a piscicultura marinha por causa de seus enormes recursos naturais ambientais e condições climáticas adequadas (Schwarz et al., 2007; Cavalli; Hamilton, 2009; Cavalli et al., 2011; Collaço et al., 2015), principalmente considerando que o Brasil dispõe de uma vasta costa marítima, com mais de 8.500 km de extensão e grandes áreas de estuário, que se aproximam de 2,5 milhões de hectares (Barroso et al., 2007). Nesse sentido, a Embrapa, juntamente com parceiros, vem desenvolvendo projetos voltados para aumentar o conhecimento científico, desenvolver capacidades de pesquisa e transferir tecnologias marinhas, a fim de melhorar a contribuição da biodiversidade marinha para o desenvolvimento do País, sendo que os resultados aqui descritos poderão ser replicados em países com condições ambientais semelhantes dentro da América Latina (meta 14.a). Neste capítulo serão descritas ações, projetos e resultados de pesquisas voltadas ao desenvolvimento e à sustentabilidade da aquicultura, com vistas ao desenvolvimento econômico e social do Brasil (meta 14.7). 2019-01-19T00:22:34Z 2019-01-19T00:22:34Z 2019-01-15 2018 2019-01-19T00:22:34Z Separatas In: FOGACA, F. H. dos S.; FURTADO, A. A. L.; SILVA, C. A. da; TAVARES-DIAS, M.; ROUTLEDGE, E. A. B. (Ed.). Vida na água: contribuições da Embrapa. Brasília, DF: Embrapa, 2018. E-book. (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, 14). Cap. 4. http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1104148 pt_BR por openAccess p. 69-88 |
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