Estudo preliminar de qualidade e água na Bacia do Ribeirão das Posses, Extrema, MG.
No Ribeirão das Posses, afluente do Rio Jaguari, teve início no ano de 2007 o ?Projeto Conservador das Águas?, que previa restaurar áreas de topo de morro (acima da cota 1.200 m) e as APPs, por meio de incentivos financeiros e apoio técnico a proprietários rurais que concordassem em preservar e/ou restaurar nascentes do Ribeirão das Posses e o próprio córrego em suas propriedades, favorecidos por um sistema de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA). Neste sentido, este trabalho tem como objetivos: monitorar a qualidade da água da Microbacia do Ribeirão das Posses (Extrema - MG); identificar as possíveis alterações na qualidade da água de acordo com as modificações do ambiente no entorno; entender como ocorre a variação da qualidade e quantidade da água ao longo de um ano hídrico, assim como durante a ocorrência de eventos significativos de precipitação, e a interferência do ambiente nesta variação; e por fim analisar possíveis impactos do programa de PSA na microbacia. Para tanto está sendo monitorada mensalmente a água fluvial em nascentes, nos tributários, no canal principal do ribeirão e no Rio Jaguari antes e depois do despejo do Posses, avaliando-se parâmetros como temperatura ambiente e da água, oxigênio dissolvido (OD), pH, e condutividade elétrica (CE). Serão realizadas também coletas de água para análises laboratoriais para determinação do carbono orgânico dissolvido (DOC), carbono inorgânico dissolvido (DIC), nitrogênio total dissolvido (TN) e demanda biológica de oxigênio (DBO), além de análises cromatográficas de cátions e ânions e ainda coletas de sedimento transportado, onde se procederá uma análise isotópica para verificação da origem desse material. O experimento conta ainda com duas estações de coleta automática (Amostrador ISCO) capazes de realizar amostragens em determinados períodos pré-estabelecidos e medidas de parâmetros, tais como OD, pH, CE e vazão. Tais equipamentos foram instalados na cabeceira do leito principal do Ribeirão das Posses e em nascente provinda de remanescente de mata preservada, com isso será possível um monitoramento contínuo do comportamento da bacia, inclusive durante eventos extremos (chuvas e secas), comparando-se o canal principal e uma nascente preservada. Como resultados preliminares desse trabalho, referentes ao mês de janeiro de 2015, observou-se valores de DBO indicativos de uma boa qualidade de água na bacia segundo a resolução do CONAMA, com valores menores que 3 mg/L, exceto em uma nascente contemplada com PSA, a qual apresentou o valor de 4,51 mg/L. Neste mesmo local o resultado de TN foi de 0,41 mg/L, comparável somente àqueles obtidos no Rio Jaguari (0,51 e 0,47 mg/L), e superiores aos encontrados no restante da bacia (aproximadamente 0,3 mg/L). O maior valor de DOC (5,96 mg/L) ocorreu neste mesmo ponto, sendo que nos demais manteve-se abaixo de 4 mg/L. Os resultados do DIC apresentaram valores maiores nos córregos menores, evidenciando a origem mineral do carbono, mesmo na nascente mais antropizada. A microbacia em geral apresentou uma boa qualidade de suas águas demonstrando que as atividades do PSA são efetivas, exceto em uma nascente específica, onde devido as atividades pecuárias e retenção de água para uso do gado prejudicaram a mesma.
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2016-02-19
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Água Água REIS, L. C. COSTA, C. F. G. PICCOLO, M. C. CAMARGO, P. B. de ZUCCARI, M. L. FIGUEIREDO, R. de O. Estudo preliminar de qualidade e água na Bacia do Ribeirão das Posses, Extrema, MG. |
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No Ribeirão das Posses, afluente do Rio Jaguari, teve início no ano de 2007 o ?Projeto Conservador das Águas?, que previa restaurar áreas de topo de morro (acima da cota 1.200 m) e as APPs, por meio de incentivos financeiros e apoio técnico a proprietários rurais que concordassem em preservar e/ou restaurar nascentes do Ribeirão das Posses e o próprio córrego em suas propriedades, favorecidos por um sistema de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA). Neste sentido, este trabalho tem como objetivos: monitorar a qualidade da água da Microbacia do Ribeirão das Posses (Extrema - MG); identificar as possíveis alterações na qualidade da água de acordo com as modificações do ambiente no entorno; entender como ocorre a variação da qualidade e quantidade da água ao longo de um ano hídrico, assim como durante a ocorrência de eventos significativos de precipitação, e a interferência do ambiente nesta variação; e por fim analisar possíveis impactos do programa de PSA na microbacia. Para tanto está sendo monitorada mensalmente a água fluvial em nascentes, nos tributários, no canal principal do ribeirão e no Rio Jaguari antes e depois do despejo do Posses, avaliando-se parâmetros como temperatura ambiente e da água, oxigênio dissolvido (OD), pH, e condutividade elétrica (CE). Serão realizadas também coletas de água para análises laboratoriais para determinação do carbono orgânico dissolvido (DOC), carbono inorgânico dissolvido (DIC), nitrogênio total dissolvido (TN) e demanda biológica de oxigênio (DBO), além de análises cromatográficas de cátions e ânions e ainda coletas de sedimento transportado, onde se procederá uma análise isotópica para verificação da origem desse material. O experimento conta ainda com duas estações de coleta automática (Amostrador ISCO) capazes de realizar amostragens em determinados períodos pré-estabelecidos e medidas de parâmetros, tais como OD, pH, CE e vazão. Tais equipamentos foram instalados na cabeceira do leito principal do Ribeirão das Posses e em nascente provinda de remanescente de mata preservada, com isso será possível um monitoramento contínuo do comportamento da bacia, inclusive durante eventos extremos (chuvas e secas), comparando-se o canal principal e uma nascente preservada. Como resultados preliminares desse trabalho, referentes ao mês de janeiro de 2015, observou-se valores de DBO indicativos de uma boa qualidade de água na bacia segundo a resolução do CONAMA, com valores menores que 3 mg/L, exceto em uma nascente contemplada com PSA, a qual apresentou o valor de 4,51 mg/L. Neste mesmo local o resultado de TN foi de 0,41 mg/L, comparável somente àqueles obtidos no Rio Jaguari (0,51 e 0,47 mg/L), e superiores aos encontrados no restante da bacia (aproximadamente 0,3 mg/L). O maior valor de DOC (5,96 mg/L) ocorreu neste mesmo ponto, sendo que nos demais manteve-se abaixo de 4 mg/L. Os resultados do DIC apresentaram valores maiores nos córregos menores, evidenciando a origem mineral do carbono, mesmo na nascente mais antropizada. A microbacia em geral apresentou uma boa qualidade de suas águas demonstrando que as atividades do PSA são efetivas, exceto em uma nascente específica, onde devido as atividades pecuárias e retenção de água para uso do gado prejudicaram a mesma. |
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L. C. REIS, CENA/ESALQ/USP; C. F. G. COSTA, CENA/ESALQ/USP; M. C. PICCOLO, CENA/ESALQ/USP; P. B. de CAMARGO, CENA/ESALQ/USP; MARIA LUCIA ZUCCARI, CNPMA; RICARDO DE OLIVEIRA FIGUEIREDO, CNPMA. |
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