Mulher e extrativismo na comunicação da pesquisa agropecuária: o caso das catadoras de mangaba.
A tarefa de conciliar produção de alimentos e uso sustentável de recursos naturais depende também da eliminação de restrições de gênero no campo, onde a mulher é mais de 40% da força de trabalho, em países em desenvolvimento, mas detém apenas 2% das terras agricultáveis, no Brasil. Assim, problematizamos acerca da invisibilidade da mulher rural na atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, focalizando o caso da comunidade tradicional das Catadoras de Mangaba, afetada pela perda de remanescentes da fruteira nativa do Brasil. No entendimento de que invisibilidade implica em silenciamento, buscamos na Análise Materialista de Discurso, meios de refletir sobre as formas e sentidos do silêncio nas práticas discursivas e comunicacionais da Empresa refletidas em duas peças de divulgação científica e confrontadas com material colhido, em 2013, por meio de entrevistas e de observação participativa da interlocução pesquisa-agroextrativistas em dois povoados sergipanos. Tal abordagem metodológica foi adotada para, ao atender o quadro analítico da Teoria Ator-Rede, potencializar o alcance da análise de Discurso e observar que tecnologias, extrativistas, instituições, pesquisadores/as se entrelaçam em práticas discursivas que constituem redes - entendidas como posições-sujeito - que ou reproduzem os sentidos dominantes ou expressam práticas de resistência, respectivamente, silenciando ou revelando o protagonismo das catadoras, na conservação da fruteira e na sobrevivência física e cultural da família e da comunidade, na medida em que tais sentidos são negociados pelos sujeitos em interação. Ao colocar a comunicação da Embrapa entre os atores investigados na interlocução com a mulher rural, observou-se a pertinência da efetiva atuação multidisciplinar da equipe (agronomia, sociologia, comunicação), desde 2003 no caso, junto à comunidade tradicional com impacto na identificação da diversidade de segmentos afetados pela perda de remanescentes da mangabeira, na simetria do diálogo entre os saberes científico e popular, e na ampliação do leque de soluções de pesquisa.
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Published: |
2015-01-23
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dig-alice-doc-10065852018-08-23T00:42:31Z Mulher e extrativismo na comunicação da pesquisa agropecuária: o caso das catadoras de mangaba. COSTA, V. C. VALERIA CRISTINA COSTA, SPM E Campinas. Embrapa Divulgação científica Extrativismo Pesquisa Mangaba Comunicação Agricultura familiar Mulher Rural. A tarefa de conciliar produção de alimentos e uso sustentável de recursos naturais depende também da eliminação de restrições de gênero no campo, onde a mulher é mais de 40% da força de trabalho, em países em desenvolvimento, mas detém apenas 2% das terras agricultáveis, no Brasil. Assim, problematizamos acerca da invisibilidade da mulher rural na atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, focalizando o caso da comunidade tradicional das Catadoras de Mangaba, afetada pela perda de remanescentes da fruteira nativa do Brasil. No entendimento de que invisibilidade implica em silenciamento, buscamos na Análise Materialista de Discurso, meios de refletir sobre as formas e sentidos do silêncio nas práticas discursivas e comunicacionais da Empresa refletidas em duas peças de divulgação científica e confrontadas com material colhido, em 2013, por meio de entrevistas e de observação participativa da interlocução pesquisa-agroextrativistas em dois povoados sergipanos. Tal abordagem metodológica foi adotada para, ao atender o quadro analítico da Teoria Ator-Rede, potencializar o alcance da análise de Discurso e observar que tecnologias, extrativistas, instituições, pesquisadores/as se entrelaçam em práticas discursivas que constituem redes - entendidas como posições-sujeito - que ou reproduzem os sentidos dominantes ou expressam práticas de resistência, respectivamente, silenciando ou revelando o protagonismo das catadoras, na conservação da fruteira e na sobrevivência física e cultural da família e da comunidade, na medida em que tais sentidos são negociados pelos sujeitos em interação. Ao colocar a comunicação da Embrapa entre os atores investigados na interlocução com a mulher rural, observou-se a pertinência da efetiva atuação multidisciplinar da equipe (agronomia, sociologia, comunicação), desde 2003 no caso, junto à comunidade tradicional com impacto na identificação da diversidade de segmentos afetados pela perda de remanescentes da mangabeira, na simetria do diálogo entre os saberes científico e popular, e na ampliação do leque de soluções de pesquisa. Dissertação (Mestrado em Divulgação Científica e Cultural) - Instituto de Estudos da Linguagem, Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 2018-08-23T00:42:22Z 2018-08-23T00:42:22Z 2015-01-23 2014 2018-08-23T00:42:22Z Teses 2014. http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1006585 pt_BR por openAccess 166 p. |
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A tarefa de conciliar produção de alimentos e uso sustentável de recursos naturais depende também da eliminação de restrições de gênero no campo, onde a mulher é mais de 40% da força de trabalho, em países em desenvolvimento, mas detém apenas 2% das terras agricultáveis, no Brasil. Assim, problematizamos acerca da invisibilidade da mulher rural na atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, focalizando o caso da comunidade tradicional das Catadoras de Mangaba, afetada pela perda de remanescentes da fruteira nativa do Brasil. No entendimento de que invisibilidade implica em silenciamento, buscamos na Análise Materialista de Discurso, meios de refletir sobre as formas e sentidos do silêncio nas práticas discursivas e comunicacionais da Empresa refletidas em duas peças de divulgação científica e confrontadas com material colhido, em 2013, por meio de entrevistas e de observação participativa da interlocução pesquisa-agroextrativistas em dois povoados sergipanos. Tal abordagem metodológica foi adotada para, ao atender o quadro analítico da Teoria Ator-Rede, potencializar o alcance da análise de Discurso e observar que tecnologias, extrativistas, instituições, pesquisadores/as se entrelaçam em práticas discursivas que constituem redes - entendidas como posições-sujeito - que ou reproduzem os sentidos dominantes ou expressam práticas de resistência, respectivamente, silenciando ou revelando o protagonismo das catadoras, na conservação da fruteira e na sobrevivência física e cultural da família e da comunidade, na medida em que tais sentidos são negociados pelos sujeitos em interação. Ao colocar a comunicação da Embrapa entre os atores investigados na interlocução com a mulher rural, observou-se a pertinência da efetiva atuação multidisciplinar da equipe (agronomia, sociologia, comunicação), desde 2003 no caso, junto à comunidade tradicional com impacto na identificação da diversidade de segmentos afetados pela perda de remanescentes da mangabeira, na simetria do diálogo entre os saberes científico e popular, e na ampliação do leque de soluções de pesquisa. |
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