Comprometimento organizacional: estudo com recém-contratados de uma empresa de pesquisa agropecuária.

As empresas para alcance de seus objetivos investem em pesquisas que as auxiliam. Assim, estudos sobre comprometimento organizacional se tornam recorrentes, considerado a abordagem sobre o que pode favorecer a criação de comprometimento entre empregados e empresas. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo geral descrever o comprometimento organizacional dos empregados contratados entre janeiro de 2007 a março de 2013, em dois centros de pesquisa de uma empresa de pesquisa agropecuária Embrapa. A pesquisa apresentou como objetivos específicos a mensuração do grau de comprometimento organizacional dos novos contratados, bem como a identificação de quais dimensões dentro do modelo de Meyer e Allen mais influenciam no comprometimento dos novos trabalhadores. Em última análise, buscou-se relacionar o grau de comprometimento afetivo, instrumental e normativo com as variáveis idade, gênero e escolaridade. O referencial teórico compreendeu a sociologia, teorias organizacionais e psicologia social. A pesquisa foi descritiva, transversal e quantitativa. A amostra foi de 61 participantes. Utilizou-se um questionário subdividido em duas partes, compreendendo dados sócio demográficos e questões sobre comprometimento organizacional de Meyer e Allen (1984, 1991, 1997), validado no Brasil por Siqueira (2008). Para análise descritiva, utilizou-se o programa SPSS versão 21. A coleta de dados ocorreu com aplicação de questionário eletrônico. Os resultados trouxeram um comprometimento afetivo indeciso, seguido de um comprometimento instrumental e normativo frágeis. Há uma concentração fr trabalhadores entre 31 a 40 anos, a maioria mestres e doutores, com prevalência de 2 a 3 anos de empresa, 78,7% da amostra deseja permanecer na empresa nos próximos 5 anos. Nas análises com idade, gênero e escolaridade, os resultados indicaram que empregados com mais idade são mais comprometidos afetivamente. Quanto ao gênero, o feminino apresentou níveis de comprometimento levemente superiores. Quanto à escolaridade, maiores formações apresentaram menores níveis de comprometimentos normativo e instrumental, porém maiores escores para o comprometimento afetivo. Concluiu-se que fatores individuais e organizacionais interferem nos comprometimentos. Quanto aos fatores individuais, a ausência de experiência profissional anterior (31% está no primeiro emprego), a fraca identificação com os valores organizacionais pelo pouco tempo de empresa (46% com 2 a 3 anos de empresa) e as altas formações acadêmicas (mestres e doutores), as quais facilitam uma mobilidade externa, bem como a percepção de poucas perdas em caso de desligamento da empresa (baixos escores de comprometimento instrumental), dificultam o comprometimento. Quanto aos fatores organizacionais, há a necessidade de ajustes na comunicação interna mais pessoal para a realização do trabalho, considerando que o escopo de trabalho não está claro para 42% da amostra. Identificou-se a necessidade de melhorar as socializações formais e informais, integrando antigos e novos trabalhadores. Sugere-se uma sondagem de expectativas e valores individuais dos novos contratados, buscando interação entre valores individuais e organizacionais, favorecendo a identificação dos profissionais com a empresa, considerando os baixos escores encontrados de comprometimento normativo.

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Bibliographic Details
Main Author: BARROS, L. M. S.
Other Authors: LESCIARA MOURA SIQUEIRA BARROS, DGP.
Format: Teses biblioteca
Language:pt_BR
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Published: 2015-01-23
Subjects:Comprometimento organizacional, Psicologia social, Teoria organizacional, Recém-contratado, Embrapa, Empresa pública, Sociologia, Pesquisa,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1006504
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