Sentidos, regulações e práticas de plataformização do trabalho em Portugal

Resumo Este texto pretende contribuir para um melhor conhecimento sobre o paradigma do crowdsourcing, i.e., o recurso à subcontratação de indivíduos atomizados. Para tal, torna-se necessário identificar algumas das condicionantes que balizam o trabalho mediado por plataformas digitais, sistematizar as suas características e os processos em curso. Tais processos dialogam com lógicas reivindicativas e organizativas associadas a experiências e identidades concretas. Tendo por base a análise de documentos normativos, cadernos reivindicativos, manifestos e entrevistas a dirigentes de sindicatos e de movimentos de trabalhadores em plataformas digitais, o foco recai em motoristas TVDE e estafetas entregadores de comida. Argumenta-se que aqueles protagonistas de lutas recentes em Portugal veiculam identidades laborais distintas, num terreno onde processos regulatórios, agendas reivindicativas e formas de autoidentificação coletiva se confrontam e se influenciam reciprocamente.

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Bibliographic Details
Main Authors: Costa,Hermes Augusto, Soeiro,José, Miranda Filho,Vamberto
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Centro de Estudos Sociais 2022
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-74352022000300085
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Summary:Resumo Este texto pretende contribuir para um melhor conhecimento sobre o paradigma do crowdsourcing, i.e., o recurso à subcontratação de indivíduos atomizados. Para tal, torna-se necessário identificar algumas das condicionantes que balizam o trabalho mediado por plataformas digitais, sistematizar as suas características e os processos em curso. Tais processos dialogam com lógicas reivindicativas e organizativas associadas a experiências e identidades concretas. Tendo por base a análise de documentos normativos, cadernos reivindicativos, manifestos e entrevistas a dirigentes de sindicatos e de movimentos de trabalhadores em plataformas digitais, o foco recai em motoristas TVDE e estafetas entregadores de comida. Argumenta-se que aqueles protagonistas de lutas recentes em Portugal veiculam identidades laborais distintas, num terreno onde processos regulatórios, agendas reivindicativas e formas de autoidentificação coletiva se confrontam e se influenciam reciprocamente.