Aplicação de métodos de estimativa da prevalência de hanseníase no Estado de Mato Grosso

Uma questão desafiadora para a eliminação da hanseníase como problema de saúde pública é o conhecimento da sua real prevalência. Este estudo tem por objetivo comparar os resultados de dois métodos publicados como propostas de estimativa de prevalência oculta de hanseníase, a tendência definida pelo Ministério da Saúde, e a estimativa realizada pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT) para a implantação do programa "Tolerância Zero: Mato Grosso sem hanseníase", tendo como parâmetro o número de casos novos detectados em 2001. Fez-se a aplicação dos métodos e da tendência, utilizando-se a série de casos de hanseníase detectados no período de 1996 a 2000 para todos os municípios do Estado. Definiu-se como nível endêmico a média aritmética ajustada aos casos novos detectados no mesmo período. Verificou-se que todas as estimativas mostraram associação positiva maior que 75% com o número de casos detectados em 2001. A maior associação foi verificada entre a meta ou estimativa da SES/MT (r²=0,895), que por outro lado não é observada com a exclusão do nível endêmico. Concluímos que os métodos publicados apenas sugerem a presença de reservatórios de casos em áreas com detecção tardia. Operacionalmente, parece mais adequado basear-se em séries históricas segundo idade, classificação operacional, grau de incapacidade física e número de lesões no momento do diagnóstico para a identificação de áreas de risco e, conseqüentemente, eliminação da hanseníase.

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Bibliographic Details
Main Authors: Ignotti,Eliane, Rodrigues,Alex Miranda, Andrade,Vera Lúcia Gomes de, Valente,Joaquim Gonçalves
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Brasileira de Saúde Coletiva 2004
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2004000200005
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Summary:Uma questão desafiadora para a eliminação da hanseníase como problema de saúde pública é o conhecimento da sua real prevalência. Este estudo tem por objetivo comparar os resultados de dois métodos publicados como propostas de estimativa de prevalência oculta de hanseníase, a tendência definida pelo Ministério da Saúde, e a estimativa realizada pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT) para a implantação do programa "Tolerância Zero: Mato Grosso sem hanseníase", tendo como parâmetro o número de casos novos detectados em 2001. Fez-se a aplicação dos métodos e da tendência, utilizando-se a série de casos de hanseníase detectados no período de 1996 a 2000 para todos os municípios do Estado. Definiu-se como nível endêmico a média aritmética ajustada aos casos novos detectados no mesmo período. Verificou-se que todas as estimativas mostraram associação positiva maior que 75% com o número de casos detectados em 2001. A maior associação foi verificada entre a meta ou estimativa da SES/MT (r²=0,895), que por outro lado não é observada com a exclusão do nível endêmico. Concluímos que os métodos publicados apenas sugerem a presença de reservatórios de casos em áreas com detecção tardia. Operacionalmente, parece mais adequado basear-se em séries históricas segundo idade, classificação operacional, grau de incapacidade física e número de lesões no momento do diagnóstico para a identificação de áreas de risco e, conseqüentemente, eliminação da hanseníase.