Médicos de família encaminham menos? Impacto da formação em MFC no percentual de encaminhamentos da Atenção Primária

Resumo O objetivo deste artigo é medir o impacto da formação em medicina de família e comunidade no percentual de encaminhamentos a partir da atenção primária. Estudo transversal descritivo de 375.645 consultas e 34.776 encaminhamentos realizadas por 123 médicos da atenção primária no ano de 2016 relacionando o percentual de encaminhamentos com características dos médicos (sexo, idade, formação em MFC), dos pacientes (sexo e idade) e do serviço (população pelo IBGE e população ativa). A formação em MFC por meio de residência médica apresentou uma significativa redução no percentual de encaminhamentos a partir da atenção primária (2,86%), IC:(1,55;4,17), p < 0,0001. Essa redução manteve-se na análise multivariada mesmo ajustando-se para todas as possíveis variáveis confundidoras. Não houve diferença na comparação do percentual de encaminhamentos entre médicos sem formação em MFC e médicos com titulação em MFC. Na análise das especialidades para as quais foram realizados os encaminhamentos, os médicos com residência em MFC encaminharam menos para ginecologia, psiquiatria e pediatria e mais para oftalmologia. O estudo mostrou que a formação em MFC por meio de residência médica acarretou significativa redução no percentual de encaminhamentos a partir da atenção primária.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Rebolho,Ricardo Collar, Poli Neto,Paulo, Pedebôs,Lucas Alexandre, Garcia,Leandro Pereira, Vidor,Ana Cristina
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva 2021
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232021000401265
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Resumo O objetivo deste artigo é medir o impacto da formação em medicina de família e comunidade no percentual de encaminhamentos a partir da atenção primária. Estudo transversal descritivo de 375.645 consultas e 34.776 encaminhamentos realizadas por 123 médicos da atenção primária no ano de 2016 relacionando o percentual de encaminhamentos com características dos médicos (sexo, idade, formação em MFC), dos pacientes (sexo e idade) e do serviço (população pelo IBGE e população ativa). A formação em MFC por meio de residência médica apresentou uma significativa redução no percentual de encaminhamentos a partir da atenção primária (2,86%), IC:(1,55;4,17), p < 0,0001. Essa redução manteve-se na análise multivariada mesmo ajustando-se para todas as possíveis variáveis confundidoras. Não houve diferença na comparação do percentual de encaminhamentos entre médicos sem formação em MFC e médicos com titulação em MFC. Na análise das especialidades para as quais foram realizados os encaminhamentos, os médicos com residência em MFC encaminharam menos para ginecologia, psiquiatria e pediatria e mais para oftalmologia. O estudo mostrou que a formação em MFC por meio de residência médica acarretou significativa redução no percentual de encaminhamentos a partir da atenção primária.