Qualidade de vida de estudantes de medicina da UERJ por meio do Whoqol-bref: uma abordagem multivariada

A UERJ reserva 45% das vagas para estudantes com carência socioeconômica. O objetivo deste estudo é conhecer em que extensão, variáveis sociodemográficas, de saúde, forma de ingresso e o ano da graduação, influenciam simultaneamente os domínios da qualidade de vida (QV) dos estudantes de medicina aferida pelo Whoqol-bref. Participaram 394 estudantes (72% dos matriculados em 2010), idade média: 23 anos, 61% mulheres, 43% cotistas e 20% com morbidade crônica referida (MCR). Os menores escores de QV observados foram para: mulheres, com MCR, cotistas, da classe C e do terceiro e sexto ano. A análise por regressão linear múltipla revelou que todas as variáveis independentes analisadas apresentaram associação negativa com os domínios da QV, e em conjunto contribuíram parcialmente para sua explicação, chegando a 22% no domínio meio ambiente, influenciada pela classe econômica e forma de ingresso. A presença de MCR associou-se negativamente aos domínios físico, psicológico e relações sociais. Estes dois últimos domínios também foram influenciados pelo ano da graduação. Variáveis que colaboram positivamente com a QV precisam ser exploradas. Os dados obtidos são suficientes para orientar estratégias de cuidado aos estudantes mais vulneráveis ao longo da formação médica, com especial atenção aos cotistas.

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Bibliographic Details
Main Authors: Chazan,Ana Cláudia Santos, Campos,Mônica Rodrigues, Portugal,Flávia Batista
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva 2015
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000200547
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Description
Summary:A UERJ reserva 45% das vagas para estudantes com carência socioeconômica. O objetivo deste estudo é conhecer em que extensão, variáveis sociodemográficas, de saúde, forma de ingresso e o ano da graduação, influenciam simultaneamente os domínios da qualidade de vida (QV) dos estudantes de medicina aferida pelo Whoqol-bref. Participaram 394 estudantes (72% dos matriculados em 2010), idade média: 23 anos, 61% mulheres, 43% cotistas e 20% com morbidade crônica referida (MCR). Os menores escores de QV observados foram para: mulheres, com MCR, cotistas, da classe C e do terceiro e sexto ano. A análise por regressão linear múltipla revelou que todas as variáveis independentes analisadas apresentaram associação negativa com os domínios da QV, e em conjunto contribuíram parcialmente para sua explicação, chegando a 22% no domínio meio ambiente, influenciada pela classe econômica e forma de ingresso. A presença de MCR associou-se negativamente aos domínios físico, psicológico e relações sociais. Estes dois últimos domínios também foram influenciados pelo ano da graduação. Variáveis que colaboram positivamente com a QV precisam ser exploradas. Os dados obtidos são suficientes para orientar estratégias de cuidado aos estudantes mais vulneráveis ao longo da formação médica, com especial atenção aos cotistas.