Vulnerabilidades no uso de métodos contraceptivos entre adolescentes e jovens: interseções entre políticas públicas e atenção à saúde

O artigo discute situações de vulnerabilidade no uso de métodos contraceptivos nas relações afetivo-sexuais na adolescência e juventude. O material analisado reúne dezessete entrevistas, semi-estruturadas, com jovens de 18 a 24 anos (nove moças e oito rapazes), de classes populares do município do Rio de Janeiro, que haviam tido ao menos um episódio de gravidez na adolescência. Também foram discutidos a recente implementação de políticas públicas voltadas à sexualidade e à saúde reprodutiva dos adolescentes e o posicionamento de profissionais de saúde sobre o tema, no âmbito do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Criança e Adolescente (PAISMCA/SES-RJ). Os resultados mostram que existem descontinuidades no uso dos métodos contraceptivos, tendo em vista que os relacionamentos entre adolescentes são marcados por forte hierarquia de gênero e pela ausência de uma formação adequada sobre sexualidade no contexto familiar e escolar. Há pouco espaço para o acolhimento dos jovens nos serviços de saúde e escolas, impedindo que as questões sobre sexualidade sejam tratadas de maneira a sensibilizá-los. Há também barreiras culturais que dificultam uma abertura maior da sociedade para que o tema seja abordado de maneira menos preconceituosa, tornando a iniciação sexual um processo repleto de silêncios e reprovação moral.

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Bibliographic Details
Main Authors: Alves,Camila Aloisio, Brandão,Elaine Reis
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva 2009
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232009000200035
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Summary:O artigo discute situações de vulnerabilidade no uso de métodos contraceptivos nas relações afetivo-sexuais na adolescência e juventude. O material analisado reúne dezessete entrevistas, semi-estruturadas, com jovens de 18 a 24 anos (nove moças e oito rapazes), de classes populares do município do Rio de Janeiro, que haviam tido ao menos um episódio de gravidez na adolescência. Também foram discutidos a recente implementação de políticas públicas voltadas à sexualidade e à saúde reprodutiva dos adolescentes e o posicionamento de profissionais de saúde sobre o tema, no âmbito do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Criança e Adolescente (PAISMCA/SES-RJ). Os resultados mostram que existem descontinuidades no uso dos métodos contraceptivos, tendo em vista que os relacionamentos entre adolescentes são marcados por forte hierarquia de gênero e pela ausência de uma formação adequada sobre sexualidade no contexto familiar e escolar. Há pouco espaço para o acolhimento dos jovens nos serviços de saúde e escolas, impedindo que as questões sobre sexualidade sejam tratadas de maneira a sensibilizá-los. Há também barreiras culturais que dificultam uma abertura maior da sociedade para que o tema seja abordado de maneira menos preconceituosa, tornando a iniciação sexual um processo repleto de silêncios e reprovação moral.