Comercialização de flores e plantas ornamentais no segmento varejista no município de Lavras/MG

O mercado brasileiro de flores e plantas ornamentais apresenta-se com perspectivas de crescimento e conseqüente incremento para os principais segmentos da cadeia produtiva: produção, distribuição e comercialização. Esta previsão, bastante otimista, vem atraindo para o setor novos empreendedores, com conseqüente aumento da concorrência e a constante necessidade da busca por novos produtos e serviços. Com o objetivo de compreender a nova tendência da cadeia de flores e plantas ornamentais e de avaliar a estrutura do segmento varejista no município de Lavras (MG), realizou-se um levantamento de informações junto aos estabelecimentos que comercializam flores e plantas ornamentais, no primeiro semestre de 2003. Para tanto, utilizou-se de uma pesquisa de caráter exploratório, com perguntas voltadas à estrutura operacional da empresa, além de questões sociais sobre o florista, podendo-se citar o nível de conhecimento na área e preocupação com atualização. No município não há estabelecimentos com auto-serviço de flores e plantas ornamentais, apenas floriculturas comerciais, que totalizam 11 estabelecimentos, dentre os quais, 64% realizam projetos paisagísticos, 73% oferecem trabalhos de jardinagem, e 45% possuem produção própria, sendo que esta se caracteriza, de modo geral, por plantios protegidos em pequenas áreas, voltados para o próprio abastecimento, apenas com cultivos orgânicos, simplificados, de mudas para jardim. Assim, todos dependem do fornecimento regular de plantas, em sua maioria realizado diretamente por grandes atacadistas, ponto a ponto. De maneira geral, observou-se que os varejistas limitam-se à participação na disputa de preços, mostrando-se preocupados com os altos níveis de competitividade em que o mercado encontra-se e menos interessados na diversificação dos produtos e serviços e estratégias de marketing. Por outro lado, há poucos comerciantes voltados para a oferta de produtos com valores agregados e inovadores, buscando maiores margens. Pode-se inferir que isto se deve ao tempo de atuação no mercado, uma vez que 64% das empresas possuem mais de 6 anos, enquanto as outras 36% atuam há menos de 3 anos. Um dos principais problemas informados pelos comerciantes locais é a concorrência com vendedores ambulantes de plantas. Devido, em parte, à competitividade no segmento, não se observa interação entre os floristas, excluindo-se assim, a possibilidade de uma integração produtiva, a qual, entre outras vantagens, poderia proporcionar melhor estruturação do setor.

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Bibliographic Details
Main Authors: Ceratti,Marina, Paiva,Patrícia Duarte de Oliveira, Sousa,Magno de, Tavares,Thaísa Silva
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Editora da UFLA 2007
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-70542007000400040
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Description
Summary:O mercado brasileiro de flores e plantas ornamentais apresenta-se com perspectivas de crescimento e conseqüente incremento para os principais segmentos da cadeia produtiva: produção, distribuição e comercialização. Esta previsão, bastante otimista, vem atraindo para o setor novos empreendedores, com conseqüente aumento da concorrência e a constante necessidade da busca por novos produtos e serviços. Com o objetivo de compreender a nova tendência da cadeia de flores e plantas ornamentais e de avaliar a estrutura do segmento varejista no município de Lavras (MG), realizou-se um levantamento de informações junto aos estabelecimentos que comercializam flores e plantas ornamentais, no primeiro semestre de 2003. Para tanto, utilizou-se de uma pesquisa de caráter exploratório, com perguntas voltadas à estrutura operacional da empresa, além de questões sociais sobre o florista, podendo-se citar o nível de conhecimento na área e preocupação com atualização. No município não há estabelecimentos com auto-serviço de flores e plantas ornamentais, apenas floriculturas comerciais, que totalizam 11 estabelecimentos, dentre os quais, 64% realizam projetos paisagísticos, 73% oferecem trabalhos de jardinagem, e 45% possuem produção própria, sendo que esta se caracteriza, de modo geral, por plantios protegidos em pequenas áreas, voltados para o próprio abastecimento, apenas com cultivos orgânicos, simplificados, de mudas para jardim. Assim, todos dependem do fornecimento regular de plantas, em sua maioria realizado diretamente por grandes atacadistas, ponto a ponto. De maneira geral, observou-se que os varejistas limitam-se à participação na disputa de preços, mostrando-se preocupados com os altos níveis de competitividade em que o mercado encontra-se e menos interessados na diversificação dos produtos e serviços e estratégias de marketing. Por outro lado, há poucos comerciantes voltados para a oferta de produtos com valores agregados e inovadores, buscando maiores margens. Pode-se inferir que isto se deve ao tempo de atuação no mercado, uma vez que 64% das empresas possuem mais de 6 anos, enquanto as outras 36% atuam há menos de 3 anos. Um dos principais problemas informados pelos comerciantes locais é a concorrência com vendedores ambulantes de plantas. Devido, em parte, à competitividade no segmento, não se observa interação entre os floristas, excluindo-se assim, a possibilidade de uma integração produtiva, a qual, entre outras vantagens, poderia proporcionar melhor estruturação do setor.