A questão do outro e o diálogo

Este artigo situa a questão do outro no âmbito da ética em educação. Inicialmente apresenta esclarecimentos sobre o tema para, em seguida, expor a interpretação fenomenológica de Bernhard Waldenfels, que mostra os limites de nosso entendimento e defende a forma de acesso ao outro como uma "peculiar lógica de resposta", rompendo com a abordagem dialógica. Na sequência, apresenta a posição de Hans-Georg Gadamer, que retoma o diálogo platônico baseado na hermenêutica filosófica, retendo o lógos que pode ser compartilhado por todos, de modo que construa uma ponte entre o eu e o outro. Por fim, indica o potencial explicativo das duas posições para compreender a dimensão tensional presente na relação com a alteridade. Os esforços educacionais de ir ao encontro da singularidade do outro requer ultrapassar uma visão metafísica apropriadora. Na experiência dialógica alojam-se as expectativas de uma abertura ética para criarmos um mundo comum.

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Bibliographic Details
Main Author: Hermann,Nadja
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: ANPEd - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação 2014
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782014000200011
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Summary:Este artigo situa a questão do outro no âmbito da ética em educação. Inicialmente apresenta esclarecimentos sobre o tema para, em seguida, expor a interpretação fenomenológica de Bernhard Waldenfels, que mostra os limites de nosso entendimento e defende a forma de acesso ao outro como uma "peculiar lógica de resposta", rompendo com a abordagem dialógica. Na sequência, apresenta a posição de Hans-Georg Gadamer, que retoma o diálogo platônico baseado na hermenêutica filosófica, retendo o lógos que pode ser compartilhado por todos, de modo que construa uma ponte entre o eu e o outro. Por fim, indica o potencial explicativo das duas posições para compreender a dimensão tensional presente na relação com a alteridade. Os esforços educacionais de ir ao encontro da singularidade do outro requer ultrapassar uma visão metafísica apropriadora. Na experiência dialógica alojam-se as expectativas de uma abertura ética para criarmos um mundo comum.