Impacto da expressão facial na percepção de tempo: papel da valência e da activação (arousal)
A natureza emocional de uma expressão facial parece enviesar a percepção da sua duração. Neste artigo apresentamos um estudo que testa a hipótese deste efeito ser moderado pelas dimensões emocionais (valência e activação [arousal]), abordando a sua explicação em termos de processos que interferem com o funcionamento de um “relógio interno”, nomeadamente processos atencionais e activacionais. Utilizando uma tarefa de bissecção temporal, com durações entre 400 e 1600ms, os resultados sugerem um efeito da valência da emoção expressa por uma face: a duração das faces negativas é sobre-estimada relativamente às positivas. Este efeito foi moderado pela intensidade das expressões emocionais (activação [arousal]) verificando-se apenas claramente na condição de baixa intensidade. Na condição de elevada intensidade, as faces positivas foram avaliadas de forma idêntica às negativas O facto de esta interacção apenas se verificar em durações mais curtas, sugere uma interferência concorrente de processos atencionais e activacionais. Esta explicação é discutida no artigo, tendo em consideração as suas limitações.
Main Authors: | , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Associação Portuguesa de Psicologia (APP)
2010
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Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-20492010000200004 |
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Summary: | A natureza emocional de uma expressão facial parece enviesar a percepção da sua duração. Neste artigo apresentamos um estudo que testa a hipótese deste efeito ser moderado pelas dimensões emocionais (valência e activação [arousal]), abordando a sua explicação em termos de processos que interferem com o funcionamento de um “relógio interno”, nomeadamente processos atencionais e activacionais. Utilizando uma tarefa de bissecção temporal, com durações entre 400 e 1600ms, os resultados sugerem um efeito da valência da emoção expressa por uma face: a duração das faces negativas é sobre-estimada relativamente às positivas. Este efeito foi moderado pela intensidade das expressões emocionais (activação [arousal]) verificando-se apenas claramente na condição de baixa intensidade. Na condição de elevada intensidade, as faces positivas foram avaliadas de forma idêntica às negativas O facto de esta interacção apenas se verificar em durações mais curtas, sugere uma interferência concorrente de processos atencionais e activacionais. Esta explicação é discutida no artigo, tendo em consideração as suas limitações. |
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