Abcesso Hepático Piogénico: Casuística de 19 anos

Introdução: Os abcessos hepáticos constituem uma entidade clínica pouco frequente que coloca desafios no diagnóstico e tratamento. Nas últimas décadas assistiu-se a mudanças na epidemiologia, avanços nos meios de diagnóstico e ao aparecimento de mais alternativas terapêuticas. Objectivos e Métodos: Com o objectivo de analisar a experiência da nossa instituição, revimos os processos clínicos dos doentes com o diagnóstico de alta de abcesso hepático/piémia portal, correspondendo a 119 doentes. Resultados: No quadro clínico, a febre e a dor abdominal foram os sintomas mais frequentes. Apenas 68% dos doentes apresentavam leucocitose. A ecografia abdominal só foi diagnóstica em 80% dos doentes, sendo que 66% apresentavam lesões únicas e 34% múltiplas. Foi possível isolar agente microbiano em 57% dos doentes, sendo comprovada uma condição predisponente para o abcesso hepático em 60%. A terapêutica mais frequentemente seleccionada foi a drenagem percutânea com antibioterapia. A mortalidade foi de 4% e a taxa de cura de 82%. Conclusões: Os abcessos hepáticos estão frequentemente associados a patologia gastrointestinal, devendo a procura de uma condição predisponente, ser parte integrante da abordagem. O diagnóstico precoce exige que haja um baixo limiar na suspeita clínica.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Ferreira,S., Barros,R., Santos,M., Batista,A., Freire,E., Reis,E., Correia,J., Oliveira,J.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia 2007
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782007000300001
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Introdução: Os abcessos hepáticos constituem uma entidade clínica pouco frequente que coloca desafios no diagnóstico e tratamento. Nas últimas décadas assistiu-se a mudanças na epidemiologia, avanços nos meios de diagnóstico e ao aparecimento de mais alternativas terapêuticas. Objectivos e Métodos: Com o objectivo de analisar a experiência da nossa instituição, revimos os processos clínicos dos doentes com o diagnóstico de alta de abcesso hepático/piémia portal, correspondendo a 119 doentes. Resultados: No quadro clínico, a febre e a dor abdominal foram os sintomas mais frequentes. Apenas 68% dos doentes apresentavam leucocitose. A ecografia abdominal só foi diagnóstica em 80% dos doentes, sendo que 66% apresentavam lesões únicas e 34% múltiplas. Foi possível isolar agente microbiano em 57% dos doentes, sendo comprovada uma condição predisponente para o abcesso hepático em 60%. A terapêutica mais frequentemente seleccionada foi a drenagem percutânea com antibioterapia. A mortalidade foi de 4% e a taxa de cura de 82%. Conclusões: Os abcessos hepáticos estão frequentemente associados a patologia gastrointestinal, devendo a procura de uma condição predisponente, ser parte integrante da abordagem. O diagnóstico precoce exige que haja um baixo limiar na suspeita clínica.