Odores e infecções em ambiente hospitalar: a negação do óbvio no registro das observações da enfermagem

Este artigo aborda a percepção dos fenômenos odorantes com o objetivo de proporcionar reflexão acerca do significado destes fenômenos e sua relação com processos infecciosos no espaço hospitalar. Realizou-se uma análise documental dos conteúdos de 5303 Observações Complementares de Enfermagem, referentes à percepção da equipe de Enfermagem frente às situações odorantes, sua interpretação através de registros da taxonomia dos cheiros e procedimentos decisórios aos mesmos, de 160 clientes internados nas Clínicas de Internação Cirúrgica de um Hospital Universitário. Os dados mostram que das 5303 observações, 2557 eram relativas a fenômenos odorantes, e destas, apenas 91 caracterizam o fenômeno odorante qualificado, concentrando-se em secreções corporais. No espaço hospitalar evidencia-se a negação, ocultação ou silêncio olfativo, o que sem dúvida, impede a real evidência dos riscos de infecções. Recomenda-se avançar nos conhecimentos e práticas de higiene corporal, ambiental e dos materiais utilizados nos serviços de saúde para promover a saúde, bem como, desenvolver novas concepções e modalidades de abordagem sobre as percepções olfativas, suas sensações e implicações em prol do viver mais saudável

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Bibliographic Details
Main Authors: Wosny,Antônio de Miranda, Erdmann,Alacoque Lorenzini
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós Graduação em Enfermagem 2004
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072004000500006
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Summary:Este artigo aborda a percepção dos fenômenos odorantes com o objetivo de proporcionar reflexão acerca do significado destes fenômenos e sua relação com processos infecciosos no espaço hospitalar. Realizou-se uma análise documental dos conteúdos de 5303 Observações Complementares de Enfermagem, referentes à percepção da equipe de Enfermagem frente às situações odorantes, sua interpretação através de registros da taxonomia dos cheiros e procedimentos decisórios aos mesmos, de 160 clientes internados nas Clínicas de Internação Cirúrgica de um Hospital Universitário. Os dados mostram que das 5303 observações, 2557 eram relativas a fenômenos odorantes, e destas, apenas 91 caracterizam o fenômeno odorante qualificado, concentrando-se em secreções corporais. No espaço hospitalar evidencia-se a negação, ocultação ou silêncio olfativo, o que sem dúvida, impede a real evidência dos riscos de infecções. Recomenda-se avançar nos conhecimentos e práticas de higiene corporal, ambiental e dos materiais utilizados nos serviços de saúde para promover a saúde, bem como, desenvolver novas concepções e modalidades de abordagem sobre as percepções olfativas, suas sensações e implicações em prol do viver mais saudável