Benefícios e complicações da ventilação mecânica não-invasiva na exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é definida como uma síndrome caracterizada por obstrução crônica ao fluxo aéreo, geralmente progressiva, podendo ser acompanhada por hiper-responsividade brônquica e ser parcialmente reversível. A ventilação mecânica não-invasiva é uma alternativa de tratamento para pacientes com exacerbação da DPOC. O objetivo deste estudo foi verificar os benefícios e as complicações da ventilação mecânica não-invasiva em pacientes com exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica. CONTEÚDO: Realizou-se revisão de literatura científica nacional e internacional conforme os critérios estabelecidos para a pesquisa documental nas bases de dados MedLine, LILACS, SciElo, PubMed, Cochrane, com os unitermos: doença pulmonar obstrutiva crônica, ventilação mecânica não-invasiva. Os critérios de inclusão foram artigos publicados no período de 1995-2007; nas linguagens inglesa, espanhola e portuguesa; estudos em modelo humano e sem restrição de sexo. CONCLUSÕES: A ventilação mecânica não-invasiva pode diminuir a pressão parcial de dióxido de carbono, melhorar a troca gasosa, aliviar sintomas como dispnéia ocasionada pela fadiga da musculatura respiratória, reduzir as internações hospitalares, a necessidade de intubação, o número de complicações, o tempo de internação e a mortalidade hospitalar. As principais complicações encontradas foram: eritema facial, claustrofobia, congestão nasal, dor facial, irritação nos olhos, pneumonia aspirativa, hipotensão, pneumotórax, aerofagia, hipercapnia, distensão abdominal, vômitos, broncoaspiração, dor de cabeça matinal, lesões compressivas de face, embolia gasosa e não adaptação do paciente. A ventilação mecânica não-invasiva pode ser mais efetiva em pacientes com moderada a grave exacerbação da DPOC e as complicações podem ser diminuídas pela utilização de adequada interface e experiência do fisioterapeuta.

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Bibliographic Details
Main Authors: Rocha,Eduardo, Carneiro,Élida Mara
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB 2008
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-507X2008000200012
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Description
Summary:JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é definida como uma síndrome caracterizada por obstrução crônica ao fluxo aéreo, geralmente progressiva, podendo ser acompanhada por hiper-responsividade brônquica e ser parcialmente reversível. A ventilação mecânica não-invasiva é uma alternativa de tratamento para pacientes com exacerbação da DPOC. O objetivo deste estudo foi verificar os benefícios e as complicações da ventilação mecânica não-invasiva em pacientes com exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica. CONTEÚDO: Realizou-se revisão de literatura científica nacional e internacional conforme os critérios estabelecidos para a pesquisa documental nas bases de dados MedLine, LILACS, SciElo, PubMed, Cochrane, com os unitermos: doença pulmonar obstrutiva crônica, ventilação mecânica não-invasiva. Os critérios de inclusão foram artigos publicados no período de 1995-2007; nas linguagens inglesa, espanhola e portuguesa; estudos em modelo humano e sem restrição de sexo. CONCLUSÕES: A ventilação mecânica não-invasiva pode diminuir a pressão parcial de dióxido de carbono, melhorar a troca gasosa, aliviar sintomas como dispnéia ocasionada pela fadiga da musculatura respiratória, reduzir as internações hospitalares, a necessidade de intubação, o número de complicações, o tempo de internação e a mortalidade hospitalar. As principais complicações encontradas foram: eritema facial, claustrofobia, congestão nasal, dor facial, irritação nos olhos, pneumonia aspirativa, hipotensão, pneumotórax, aerofagia, hipercapnia, distensão abdominal, vômitos, broncoaspiração, dor de cabeça matinal, lesões compressivas de face, embolia gasosa e não adaptação do paciente. A ventilação mecânica não-invasiva pode ser mais efetiva em pacientes com moderada a grave exacerbação da DPOC e as complicações podem ser diminuídas pela utilização de adequada interface e experiência do fisioterapeuta.