Efeitos do local de inserção do dreno pleural na função pulmonar no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio

OBJETIVO: Analisar a alteração da função pulmonar e dor em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (RM) com enxerto da artéria torácica interna esquerda (ATIE), sem circulação extracorpórea (CEC), comparando a inserção do dreno pleural nas regiões intercostal e subxifóide. MÉTODO: Vinte e oito pacientes (média de idade 57,4 ± 8,4 anos) foram alocados em dois grupos, de acordo com a posição do dreno pleural. Grupo IL (n=15) com inserção do dreno no sexto espaço intercostal esquerdo na linha axilar média; e grupo IM (n =13) inserção do dreno na região subxifóide. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação da função pulmonar. Registros espirométricos da capacidade vital forçada (CVF) e do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) foram obtidos no pré, primeiro, terceiro e quinto dia dias pós-operatório (PO) e a gasometria arterial em ar ambiente no pré e primeiro dia de pós-operatório. A sensação de dor foi quantificada por um escore padrão (0 a 10) no primeiro dia de pós-operatório. RESULTADOS: Em ambos os grupos houve queda significativa da CVF e do VEF1 até o quinto pós-operatório (p<0,001). Quando comparados, a diferença entre os grupos se manteve significativa, com maior queda dos valores de CVF e VEF1 no grupo IL (p<0,05). A pressão parcial de oxigênio arterial apresentou queda significativa no primeiro dia de pós-operatório em ambos os grupos, porém com maior decréscimo no grupo IL (p=0,021). A dor referida foi maior no grupo IL (p=0,002). CONCLUSÃO: A cirurgia de RM sem CEC, utilizando a ATIE com pleurotomia esquerda, independente da posição do dreno pleural causa dor e queda significativa na função pulmonar no PO. Porém, a inserção do dreno pleural na região subxifóide demonstrou menor dor subjetiva com melhor preservação da função pulmonar quando comparada à inserção intercostal.

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Bibliographic Details
Main Authors: Guizilini,Solange, Gomes,Walter J., Faresin,Sonia M., Carvalho,Antonio Carlos C., Jaramillo,Jaime I., Alves,Francisco A., Catani,Roberto, Buffolo,Enio
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 2004
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76382004000100010
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Summary:OBJETIVO: Analisar a alteração da função pulmonar e dor em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (RM) com enxerto da artéria torácica interna esquerda (ATIE), sem circulação extracorpórea (CEC), comparando a inserção do dreno pleural nas regiões intercostal e subxifóide. MÉTODO: Vinte e oito pacientes (média de idade 57,4 ± 8,4 anos) foram alocados em dois grupos, de acordo com a posição do dreno pleural. Grupo IL (n=15) com inserção do dreno no sexto espaço intercostal esquerdo na linha axilar média; e grupo IM (n =13) inserção do dreno na região subxifóide. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação da função pulmonar. Registros espirométricos da capacidade vital forçada (CVF) e do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) foram obtidos no pré, primeiro, terceiro e quinto dia dias pós-operatório (PO) e a gasometria arterial em ar ambiente no pré e primeiro dia de pós-operatório. A sensação de dor foi quantificada por um escore padrão (0 a 10) no primeiro dia de pós-operatório. RESULTADOS: Em ambos os grupos houve queda significativa da CVF e do VEF1 até o quinto pós-operatório (p<0,001). Quando comparados, a diferença entre os grupos se manteve significativa, com maior queda dos valores de CVF e VEF1 no grupo IL (p<0,05). A pressão parcial de oxigênio arterial apresentou queda significativa no primeiro dia de pós-operatório em ambos os grupos, porém com maior decréscimo no grupo IL (p=0,021). A dor referida foi maior no grupo IL (p=0,002). CONCLUSÃO: A cirurgia de RM sem CEC, utilizando a ATIE com pleurotomia esquerda, independente da posição do dreno pleural causa dor e queda significativa na função pulmonar no PO. Porém, a inserção do dreno pleural na região subxifóide demonstrou menor dor subjetiva com melhor preservação da função pulmonar quando comparada à inserção intercostal.