Atividade microbiana do solo e produtividade do milho em função da aplicação antecipada de nitrogênio e adensamento de palha
As restrições climáticas na Região Noroeste paulista, aliadas à baixa altitude, são fatores limitantes para a cultura de milho. Os aumentos da atual produtividade são dependentes principalmente do manejo, devendo ser aprimorada a adubação nitrogenada. Portanto, foi desenvolvido um experimento no Pólo Regional Noroeste Paulista, município de Votuporanga (SP), em Argissolo de textura arenosa (100 g kg-1 de argila), objetivando-se avaliar a produtividade de grãos e a atividade respiratória da biomassa microbiana, quando efetuada a cobertura nitrogenada de forma antecipada à semeadura e de forma tradicional, em duas condições de adensamento de palha (5.120 kg ha-1 e 3.648 kg ha-1). Utilizou-se o delineamento de blocos casualizados, em esquema de faixas, para as épocas de adubação em cobertura e a adensamento de palha. Na cobertura nitrogenada foi utilizado sulfato de amônio, parcelado em duas vezes, em doses de 70 e 40 kg ha-1 de N, aplicado em faixa superficial, na entrelinha. As épocas de aplicação foram: a) 59 e 45 dias antes da semeadura de milho, b) 21 e seis dias antes da semeadura e c) em cobertura tradicional, 22 e 46 dias após a semeadura, nos estágios respectivos V5 e V8, em triplicata, nas duas condições de adensamento de palha. Conforme os resultados, houve efeito positivo na atividade respiratória em função do umedecimento do solo, com aumento da evolução de C-CO2 após as precipitações pluviais registradas nas três épocas de aplicação de N em cobertura. Não houve efeito significativo na atividade respiratória após a aplicação de N nas três épocas e, tampouco, devido ao adensamento de cobertura morta. A média de produtividade em sistema adensado, independentemente da época, foi de 5.762 kg ha-1 de grãos e no sistema não adensado, 5.199 kg ha-1, evidenciando-se favorecimento da produtividade com mais palha. Fica em destaque que o denominado sistema plantio direto praticado na região, sem preocupação com rotação de culturas e manutenção do solo coberto, não favorece a adubação antecipada. Por outro lado, as produtividades médias entre as épocas, independentemente do adensamento, foram de 4.758, 5.860 e 5.825 kg ha-1, quando efetuados os primeiros parcelamentos de N-fertilizante aos 59 e 21 dias antes da semeadura e aos 22 dias após a semeadura respectivamente. Com a aplicação do primeiro parcelamento, aos 21 dias antes da semeadura e, em cobertura tradicional, não foram constatadas diferenças significativas. Pode-se concluir que a atividade respiratória da biomassa microbiana não foi prejudicada pela aplicação de N em cobertura, nem pelo adensamento da palha, e somente pela condição de umedecimento do solo. Para solos sem preparo, e sem planejamento de rotação de culturas, visando-se cobertura permanente, é mais conveniente a aplicação de N em cobertura tradicional, de forma parcelada, para obtenção de maiores valores de produtividade de milho.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Instituto Agronômico de Campinas
2008
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052008000400012 |
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Summary: | As restrições climáticas na Região Noroeste paulista, aliadas à baixa altitude, são fatores limitantes para a cultura de milho. Os aumentos da atual produtividade são dependentes principalmente do manejo, devendo ser aprimorada a adubação nitrogenada. Portanto, foi desenvolvido um experimento no Pólo Regional Noroeste Paulista, município de Votuporanga (SP), em Argissolo de textura arenosa (100 g kg-1 de argila), objetivando-se avaliar a produtividade de grãos e a atividade respiratória da biomassa microbiana, quando efetuada a cobertura nitrogenada de forma antecipada à semeadura e de forma tradicional, em duas condições de adensamento de palha (5.120 kg ha-1 e 3.648 kg ha-1). Utilizou-se o delineamento de blocos casualizados, em esquema de faixas, para as épocas de adubação em cobertura e a adensamento de palha. Na cobertura nitrogenada foi utilizado sulfato de amônio, parcelado em duas vezes, em doses de 70 e 40 kg ha-1 de N, aplicado em faixa superficial, na entrelinha. As épocas de aplicação foram: a) 59 e 45 dias antes da semeadura de milho, b) 21 e seis dias antes da semeadura e c) em cobertura tradicional, 22 e 46 dias após a semeadura, nos estágios respectivos V5 e V8, em triplicata, nas duas condições de adensamento de palha. Conforme os resultados, houve efeito positivo na atividade respiratória em função do umedecimento do solo, com aumento da evolução de C-CO2 após as precipitações pluviais registradas nas três épocas de aplicação de N em cobertura. Não houve efeito significativo na atividade respiratória após a aplicação de N nas três épocas e, tampouco, devido ao adensamento de cobertura morta. A média de produtividade em sistema adensado, independentemente da época, foi de 5.762 kg ha-1 de grãos e no sistema não adensado, 5.199 kg ha-1, evidenciando-se favorecimento da produtividade com mais palha. Fica em destaque que o denominado sistema plantio direto praticado na região, sem preocupação com rotação de culturas e manutenção do solo coberto, não favorece a adubação antecipada. Por outro lado, as produtividades médias entre as épocas, independentemente do adensamento, foram de 4.758, 5.860 e 5.825 kg ha-1, quando efetuados os primeiros parcelamentos de N-fertilizante aos 59 e 21 dias antes da semeadura e aos 22 dias após a semeadura respectivamente. Com a aplicação do primeiro parcelamento, aos 21 dias antes da semeadura e, em cobertura tradicional, não foram constatadas diferenças significativas. Pode-se concluir que a atividade respiratória da biomassa microbiana não foi prejudicada pela aplicação de N em cobertura, nem pelo adensamento da palha, e somente pela condição de umedecimento do solo. Para solos sem preparo, e sem planejamento de rotação de culturas, visando-se cobertura permanente, é mais conveniente a aplicação de N em cobertura tradicional, de forma parcelada, para obtenção de maiores valores de produtividade de milho. |
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