Eficiência e distribuição de nitrogênio aplicado em cobertura na cultura de milho consorciada com Brachiaria ruziziensis, cultivada no sistema Santa Fé

No sistema Integração Lavoura Pecuária (ILP), com opção pelo sistema Santa Fé - milho em consórcio com a Brachiaria ruziziensis, Germain & Edvard, são viabilizadas a produção de grãos e a forrageira com a finalidade de cobertura de solo e ou pastejo na entressafra no sistema plantio direto (SPD). Foi desenvolvido um experimento na Fazenda Canadá, município de Uberlândia, MG, em Latossolo Vermelho distrófico, de textura média (218 g kg-1 de argila), no sistema Santa Fé objetivando-se: a) quantificar a eficiência e distribuição de N-aplicado em cobertura na cultura de milho e de B. ruziziensis; b) quantificar o teor de S-SO4(2-) distribuído no perfil de solo após a aplicação de N em cobertura e c) produção da massa de matéria seca (MMS) da B. ruziziensis na colheita do milho e aos 55 dias após. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com oito tratamentos dispostos em faixas, com 100 m de comprimento e 4,5 m de largura, com quatro repetições. Os tratamentos foram: milho solteiro e consorciado sem N em cobertura, milho solteiro e consorciado com mistura de uréia e sulfato de amônio, relação 1:1 em nutriente, milho solteiro e consorciado com uréia em cobertura e milho solteiro e consorciado com sulfato de amônio em cobertura. Foram efetuadas duas coberturas de N, utilizando-se fontes marcadas com 15N, em estádios de dois a três folhas e cinco a seis folhas, aplicando-se a lanço, na entrelinha e incorporada no meio das entrelinhas, respectivamente, 40 e 64 kg ha-1 de N. A B. ruziziensis foi semeada em dose de 12 kg ha-1 em uma única fileira, na entrelinha, no estádio de cinco a seis folhas, e simultaneamente à segunda cobertura nitrogenada. Conforme os resultados, aos 23 dias após a segunda cobertura, na camada de 20 até 60 cm, as concentrações decrescentes de S-SO4(2-) no solo foram para sulfato de amônio > uréia + sulfato de amônio > uréia = testemunha, nos tratamentos de milho solteiro. A eficiência média do N-fertilizante no estádio de duas a três folhas foi de 45,0% do N-aplicado, independentemente da fonte aplicada. Na segunda cobertura foi, em média de 60,7%, independentemente do manejo e das fontes aplicadas, com destaque para o tratamento com sulfato de amônio (73,7% em média). Em ambas as culturas e, até a colheita de milho, foram assimilados 54,5 kg ha-1 do N-aplicado em cobertura, sendo 97,1% e 2,9% distribuídos na parte aérea no milho e B. ruziziensis, respectivamente. Não houve diferença de produtividade, exceto em relação às testemunhas. Na B. ruziziensis constatou-se acréscimo médio na MMS de 61,9% aos 55 dias após a colheita de milho. Pode-se concluir que, com a B. ruziziensis, não foi afetada a eficiência de N-aplicado e que, com sulfato de amônio seguido da mistura uréia + sulfato de amônio, houve mais contribuição para recuperação de N-fertilizante pelo milho. Grande proporção do N-fertilizante assimilado pelas culturas foi recuperada pelo milho.

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Bibliographic Details
Main Authors: Lara-Cabezas,Waldo Alejandro Rubén, Pádua,Rodrigo Vieira de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Instituto Agronômico de Campinas 2007
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052007000100016
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Description
Summary:No sistema Integração Lavoura Pecuária (ILP), com opção pelo sistema Santa Fé - milho em consórcio com a Brachiaria ruziziensis, Germain & Edvard, são viabilizadas a produção de grãos e a forrageira com a finalidade de cobertura de solo e ou pastejo na entressafra no sistema plantio direto (SPD). Foi desenvolvido um experimento na Fazenda Canadá, município de Uberlândia, MG, em Latossolo Vermelho distrófico, de textura média (218 g kg-1 de argila), no sistema Santa Fé objetivando-se: a) quantificar a eficiência e distribuição de N-aplicado em cobertura na cultura de milho e de B. ruziziensis; b) quantificar o teor de S-SO4(2-) distribuído no perfil de solo após a aplicação de N em cobertura e c) produção da massa de matéria seca (MMS) da B. ruziziensis na colheita do milho e aos 55 dias após. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com oito tratamentos dispostos em faixas, com 100 m de comprimento e 4,5 m de largura, com quatro repetições. Os tratamentos foram: milho solteiro e consorciado sem N em cobertura, milho solteiro e consorciado com mistura de uréia e sulfato de amônio, relação 1:1 em nutriente, milho solteiro e consorciado com uréia em cobertura e milho solteiro e consorciado com sulfato de amônio em cobertura. Foram efetuadas duas coberturas de N, utilizando-se fontes marcadas com 15N, em estádios de dois a três folhas e cinco a seis folhas, aplicando-se a lanço, na entrelinha e incorporada no meio das entrelinhas, respectivamente, 40 e 64 kg ha-1 de N. A B. ruziziensis foi semeada em dose de 12 kg ha-1 em uma única fileira, na entrelinha, no estádio de cinco a seis folhas, e simultaneamente à segunda cobertura nitrogenada. Conforme os resultados, aos 23 dias após a segunda cobertura, na camada de 20 até 60 cm, as concentrações decrescentes de S-SO4(2-) no solo foram para sulfato de amônio > uréia + sulfato de amônio > uréia = testemunha, nos tratamentos de milho solteiro. A eficiência média do N-fertilizante no estádio de duas a três folhas foi de 45,0% do N-aplicado, independentemente da fonte aplicada. Na segunda cobertura foi, em média de 60,7%, independentemente do manejo e das fontes aplicadas, com destaque para o tratamento com sulfato de amônio (73,7% em média). Em ambas as culturas e, até a colheita de milho, foram assimilados 54,5 kg ha-1 do N-aplicado em cobertura, sendo 97,1% e 2,9% distribuídos na parte aérea no milho e B. ruziziensis, respectivamente. Não houve diferença de produtividade, exceto em relação às testemunhas. Na B. ruziziensis constatou-se acréscimo médio na MMS de 61,9% aos 55 dias após a colheita de milho. Pode-se concluir que, com a B. ruziziensis, não foi afetada a eficiência de N-aplicado e que, com sulfato de amônio seguido da mistura uréia + sulfato de amônio, houve mais contribuição para recuperação de N-fertilizante pelo milho. Grande proporção do N-fertilizante assimilado pelas culturas foi recuperada pelo milho.