Cabergolina como alternativa no tratamento clínico de prolactinomas. experiência na intolerância/resistência à bromocriptina

Cabergolina (CAB, Pharmacia) é um agonista dopaminérgico derivado do ergot com longa ação após administração oral, que já tem demonstrado ser de utilidade para o tratamento da hiperprolactinemia. Quarenta e cinco pacientes (36 mulheres, 9 homens) com prolactinomas (27 micro, 18 macro), intolerantes e/ou resistentes à bromocriptina (BRC) foram tratados com dose semanal de CAB de 0,25 a 7mg (mediana: 1 mg) dividida de 1 a 7 administrações. O tratamento, em compassionate basis, variou de 1 a 38 meses (mediana: 12 meses). Entre os 38 pacientes com intolerância persistente à BRC (sintomas digestivos, n=27; hipotensão postural, n=13; congestão nasal, n=5; manifestações psiquiátricas, n=4; retenção urinaria, n=1), somente 5 permaneceram intolerantes à CAB (sintomas digestivos, n=2; hipotensão postural, n=2; congestão nasal, n=1). Todos aqueles que toleraram bem a BRC também o fizeram com CAB. Onze casos alcançaram normalização da prolactina durante o uso de BRC. Estes pacientes e outros 19 também resolveram a hiperprolactinemia com CAB. Entretanto, somente 3 dos 7 pacientes resistentes (dose diária de BRC de 10 a 25mg) tiveram a prolactina sérica normalizada durante o uso de CAB. Redução tumoral foi documentada por ressonância magnética ou tomografia computadorizada em 7 macroprolactinomas durante o tratamento com CAB. Assim, devido à sua excelente eficácia, tolerabilidade e comodidade posológica, a CAB apresenta-se como importante alternativa no tratamento clínico dos prolactinomas.

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Bibliographic Details
Main Authors: Musolino,Nina R.C., Cunha Neto,Malebranche B., Bronstein,Marcello D.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia 2000
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302000000200006
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Description
Summary:Cabergolina (CAB, Pharmacia) é um agonista dopaminérgico derivado do ergot com longa ação após administração oral, que já tem demonstrado ser de utilidade para o tratamento da hiperprolactinemia. Quarenta e cinco pacientes (36 mulheres, 9 homens) com prolactinomas (27 micro, 18 macro), intolerantes e/ou resistentes à bromocriptina (BRC) foram tratados com dose semanal de CAB de 0,25 a 7mg (mediana: 1 mg) dividida de 1 a 7 administrações. O tratamento, em compassionate basis, variou de 1 a 38 meses (mediana: 12 meses). Entre os 38 pacientes com intolerância persistente à BRC (sintomas digestivos, n=27; hipotensão postural, n=13; congestão nasal, n=5; manifestações psiquiátricas, n=4; retenção urinaria, n=1), somente 5 permaneceram intolerantes à CAB (sintomas digestivos, n=2; hipotensão postural, n=2; congestão nasal, n=1). Todos aqueles que toleraram bem a BRC também o fizeram com CAB. Onze casos alcançaram normalização da prolactina durante o uso de BRC. Estes pacientes e outros 19 também resolveram a hiperprolactinemia com CAB. Entretanto, somente 3 dos 7 pacientes resistentes (dose diária de BRC de 10 a 25mg) tiveram a prolactina sérica normalizada durante o uso de CAB. Redução tumoral foi documentada por ressonância magnética ou tomografia computadorizada em 7 macroprolactinomas durante o tratamento com CAB. Assim, devido à sua excelente eficácia, tolerabilidade e comodidade posológica, a CAB apresenta-se como importante alternativa no tratamento clínico dos prolactinomas.