Debatendo a retórica do combate à corrupção como meio de restauração do poder de classe no Brasil

A corrupção assola a sociedade desde a época dos fenícios, porém, só causou furor popular em momentos específicos nos quais o poder político não está com a elite. Dessa forma o presente estudo intui para o fato de que os movimentos mais robustos com o envolvimento militante da mídia, do Judiciário, e da classe média, só ocorrem quando da retirada de governos populares da condução do Estado, como reflexo da luta de classes. É a disputa do bastão do poder político, conceituado por Harvey (2008) e manuseado pela elite de forma a manter suas benesses propiciadas pela condução de políticas públicas estatais que as beneficie e, impedir que trabalhadores e marginalizados alcancem o poder político e, no manuseio deste, tornem-se hegemônicos. A corrupção tem sido o pano de fundo na história do País, para no jogo político nacional, a elite vencer, trapaceando. Esse é o movimento observado no Brasil, entre 2003 e 2018: no referido período, a corrupção foi argumento o lawfare a tática, a mídia o instrumento no qual os principais jogadores - as classes altas, os rentistas, o capital externo - utilizaram ainda de peões como o Congresso Nacional, o Judiciário Federal, instituições estatais e, principalmente a classe média, resultando na troca de bastão do poder político para as mãos das classes que patrocinaram tais ações. Como prejudicados, figuraram a classe trabalhadora, os de baixo, os assalariados, desempregados, os periféricos, agora longe das políticas sociais e da atenção do Estado.

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Bibliographic Details
Main Author: Cezar Boico, Luciano
Other Authors: Baptista Campanuci Queiroz, Felipe (Dir.)
Format: masterThesis biblioteca
Language:por
Published: São Paulo, Brasil: FLACSO Sede Brasil 2021-07-27T02:26:49Z
Subjects:CORRUPCIÓN POLÍTICA, PODER POLÍTICO,
Online Access:http://hdl.handle.net/10469/17312
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Summary:A corrupção assola a sociedade desde a época dos fenícios, porém, só causou furor popular em momentos específicos nos quais o poder político não está com a elite. Dessa forma o presente estudo intui para o fato de que os movimentos mais robustos com o envolvimento militante da mídia, do Judiciário, e da classe média, só ocorrem quando da retirada de governos populares da condução do Estado, como reflexo da luta de classes. É a disputa do bastão do poder político, conceituado por Harvey (2008) e manuseado pela elite de forma a manter suas benesses propiciadas pela condução de políticas públicas estatais que as beneficie e, impedir que trabalhadores e marginalizados alcancem o poder político e, no manuseio deste, tornem-se hegemônicos. A corrupção tem sido o pano de fundo na história do País, para no jogo político nacional, a elite vencer, trapaceando. Esse é o movimento observado no Brasil, entre 2003 e 2018: no referido período, a corrupção foi argumento o lawfare a tática, a mídia o instrumento no qual os principais jogadores - as classes altas, os rentistas, o capital externo - utilizaram ainda de peões como o Congresso Nacional, o Judiciário Federal, instituições estatais e, principalmente a classe média, resultando na troca de bastão do poder político para as mãos das classes que patrocinaram tais ações. Como prejudicados, figuraram a classe trabalhadora, os de baixo, os assalariados, desempregados, os periféricos, agora longe das políticas sociais e da atenção do Estado.