Caracterização de grupos funcionais de moléculas orgânicas na composição bioquímica de grãos de café Coffea arábica cv. rubi sob efeitos de estresse hídrico : [Resumo]

Diversos estudos têm demonstrado que os fatores ambientais, tais como a sombra, a topografia, as condições meso-climáticas e temperaturas, afetam a composição química dos grãos de café e, conseqüentemente, a qualidade final do produto. Essas modificações dos fatores ambientais e, principalmente, o aumento dos períodos de déficit hídrico, as mudanças de zonas de produção, as novas práticas culturais (por exemplo, a irrigação) e as necessidades crescentes de uso eficiente da água na agricultura, são fatores que influenciam a fisiologia da planta e, conseqüentemente, as condições de maturação do grão de café. Teores de alguns compostos bioquímicos do fruto de café (cafeína, lipídeos totais, sacarose, ácidos clorogênicos e trigonelina) foram avaliados pela técnica de espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS) nos grãos produzidos a partir de plantas adultas de Coffea arabica cv. Rubi, cultivadas em condição de campo, sob diferentes regimes hídricos. Os frutos utilizados neste trabalho foram coletados no mês de maio 2007, sendo que a florada aconteceu no mês de setembro 2006, no campos experimental da Embrapa Cerrados, Brasília-DF. Os resultados dessas análises mostraram que a falta de irrigação durante o período de desenvolvimento dos grãos de café, influenciou a composição química destes. Os grãos obtidos nessas condições (sem irrigação) apresentaram teores mais baixos de cafeína e ácidos clorogênicos (ACG) quando comparados aos grãos oriundos das plantas com irrigação contínua. Em contraste, os teores de sacarose e lipídeos foram superiores nos grãos de plantas cultivadas na condição de sequeiro, quando comparados aos grãos das plantas com irrigação contínua. Os resultados demonstraram que o estresse hídrico também influencia no metabolismo dos grãos de café, tendo um papel importante nos teores de compostos metabólicos que afetam a qualidade final da bebida. Análises estatísticas estão sendo realizadas, para verificar a existência de correlações entre os teores dos compostos bioquímicos, a adubação e os regimes hídricos estudados. Além disto, análises sensoriais serão realizadas para verificar se as modificações observadas têm conseqüências na qualidade de bebida com os grãos da safra 2007-2008.

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Bibliographic Details
Main Authors: Gomes Renoldi Heimeck, Ingrid, Vinecky, Felipe, Mera, Carolina, Costa Alves, Gabriel Sergio, Guyot, Bernard, Davrieux, Fabrice, Costa Rodrigues, Gustavo, Marraccini, Pierre, Carvalho Andrade, Alan
Format: conference_item biblioteca
Language:por
Published: s.n.
Subjects:F60 - Physiologie et biochimie végétale, F01 - Culture des plantes,
Online Access:http://agritrop.cirad.fr/559515/
http://agritrop.cirad.fr/559515/1/document_559515.pdf
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Summary:Diversos estudos têm demonstrado que os fatores ambientais, tais como a sombra, a topografia, as condições meso-climáticas e temperaturas, afetam a composição química dos grãos de café e, conseqüentemente, a qualidade final do produto. Essas modificações dos fatores ambientais e, principalmente, o aumento dos períodos de déficit hídrico, as mudanças de zonas de produção, as novas práticas culturais (por exemplo, a irrigação) e as necessidades crescentes de uso eficiente da água na agricultura, são fatores que influenciam a fisiologia da planta e, conseqüentemente, as condições de maturação do grão de café. Teores de alguns compostos bioquímicos do fruto de café (cafeína, lipídeos totais, sacarose, ácidos clorogênicos e trigonelina) foram avaliados pela técnica de espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS) nos grãos produzidos a partir de plantas adultas de Coffea arabica cv. Rubi, cultivadas em condição de campo, sob diferentes regimes hídricos. Os frutos utilizados neste trabalho foram coletados no mês de maio 2007, sendo que a florada aconteceu no mês de setembro 2006, no campos experimental da Embrapa Cerrados, Brasília-DF. Os resultados dessas análises mostraram que a falta de irrigação durante o período de desenvolvimento dos grãos de café, influenciou a composição química destes. Os grãos obtidos nessas condições (sem irrigação) apresentaram teores mais baixos de cafeína e ácidos clorogênicos (ACG) quando comparados aos grãos oriundos das plantas com irrigação contínua. Em contraste, os teores de sacarose e lipídeos foram superiores nos grãos de plantas cultivadas na condição de sequeiro, quando comparados aos grãos das plantas com irrigação contínua. Os resultados demonstraram que o estresse hídrico também influencia no metabolismo dos grãos de café, tendo um papel importante nos teores de compostos metabólicos que afetam a qualidade final da bebida. Análises estatísticas estão sendo realizadas, para verificar a existência de correlações entre os teores dos compostos bioquímicos, a adubação e os regimes hídricos estudados. Além disto, análises sensoriais serão realizadas para verificar se as modificações observadas têm conseqüências na qualidade de bebida com os grãos da safra 2007-2008.