QUAL A VALIDADE OU UTILIDADE DAS ESPIROMETRIAS EFETUADAS NA SAÚDE OCUPACIONAL?

RESUMO Introdução/enquadramento/objetivos: A realização e interpretação da espirometria está dependente de múltiplas condições que fazem com que este exame seja de grande complexidade, quer na fase de execução, quer na interpretação, o que exige formação específica por parte dos profissionais envolvidos. Por vezes o técnico que a executa não é capaz de integrar os dados obtidos com a situação clínica e proporcionar uma leitura correta do exame; para além disso, alguns médicos (não Pneumologistas) pouco treino têm relativo à interpretação, sendo que o relatório automático proporcionado pelo espirómetro pode ter pouca qualidade. A adicionar, a espirometria nem sempre se faz nos trabalhadores com fatores de risco capazes de alterarem a capacidade respiratória ou com tarefas capazes de serem modulados negativamente por alterações nesta última. Pretende-se com esta revisão bibliográfica explicar sumariamente o exame em si e tentar analisar qual a validade ou utilidade que este possa ter para a Saúde Ocupacional, em função das condições em que é geralmente realizado. Metodologia: Trata-se de uma Revisão Bibliográfica, iniciada através de uma pesquisa realizada em novembro de 2020 nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina e RCAAP”. Conteúdo: A espirometria é o teste mais frequentemente executado para avaliar a função pulmonar. Mede o ar que entra e sai dos pulmões, permitindo o diagnóstico e a quantificação das anormalidades ventilatórias, sendo que os valores de referência dependem de fatores como a etnia, peso, altura, sexo, idade, altitude e temperatura. A quantificação da função pulmonar é relevante para a classificação da aptidão e outras decisões. A sua eficácia depende da qualidade de execução; se esta for precária, pode originar falsos positivos e negativos, atribuindo estatutos de saúde incorretos aos trabalhadores. Discussão e Conclusões: Assimilando o que genericamente está descrito sobre a espirometria no seu global, poder-se-á inferir que, em função das condições em que o exame geralmente é executado na Saúde Ocupacional e das habilitações/treino dos profissionais que as tentam executar, será muito provável que não sejam uma mais-valia para a classificação de aptidão laboral ou tomada de outras decisões. Seria desejável que o exame fosse executado apenas por técnicos habilitados, capazes de cumprir com os critérios mínimos de qualidade e de elaborar relatórios completos e exatos; bem como proporcionar treino de leitura aos Médicos do Trabalho menos familiarizados com o exame. Seria muito interessante que existisse uma ou mais equipas de Saúde Ocupacional com capacidade logística e ousadia para se autoavaliarem em relação à capacidade de execução e leitura de espirometrias, divulgando os dados e conclusões obtidas, bem como sugestões de melhoria, uteis a qualquer profissional/empresa a exercer neste setor, publicados em artigo científico.

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Main Authors: Santos,M, Almeida,A, Lopes,C
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Ajeogene Serviços Médicos Lda 2021
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532021000100183
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