Entre o enclausuramento e a desinstitucionalização: a trajetória da saúde mental no Brasil

Resumo O objetivo foi analisar a trajetória das políticas de saúde mental no Brasil. Realizamos a sistematização dos períodos históricos com base na análise dos contextos sociopolítico, de organização do sistema de saúde e das características da atenção em saúde mental. Identificamos sete períodos desde a institucionalização da loucura, no período imperial, até 2019. A trajetória da política revela um processo de disputa de concepções epistemológicas e simbólicas sobre a loucura e o adoecimento mental, que em interação com outros fatores contextuais influenciam os modelos assistenciais e as práticas de cuidado. Posteriormente, discutimos a pluralidade de abordagens da desinstitucionalização no cenário internacional e as influências sobre o modelo de saúde mental proposto pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. Apresentamos uma síntese da ideia de desinstitucionalização considerando as várias dimensões que envolvem a perspectiva abrangente do termo. Por fim, refletimos sobre os avanços e desafios da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Apesar das significativas conquistas, persistem problemas relacionados ao financiamento, à estigmatização, à frágil articulação intersetorial e à reprodução da lógica manicomial nos serviços substitutivos. Além disso, as atuais mudanças na Política Nacional de Saúde Mental constituem-se como principais ameaças ao modelo desinstitucionalizante.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Sampaio,Mariá Lanzotti, Bispo Júnior,José Patrício
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Fundação Oswaldo Cruz, Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio 2021
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-77462021000100502
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
id oai:scielo:S1981-77462021000100502
record_format ojs
spelling oai:scielo:S1981-774620210001005022020-12-16Entre o enclausuramento e a desinstitucionalização: a trajetória da saúde mental no BrasilSampaio,Mariá LanzottiBispo Júnior,José Patrício saúde mental desinstitucionalização assistência à saúde mental atenção à saúde política de saúde Resumo O objetivo foi analisar a trajetória das políticas de saúde mental no Brasil. Realizamos a sistematização dos períodos históricos com base na análise dos contextos sociopolítico, de organização do sistema de saúde e das características da atenção em saúde mental. Identificamos sete períodos desde a institucionalização da loucura, no período imperial, até 2019. A trajetória da política revela um processo de disputa de concepções epistemológicas e simbólicas sobre a loucura e o adoecimento mental, que em interação com outros fatores contextuais influenciam os modelos assistenciais e as práticas de cuidado. Posteriormente, discutimos a pluralidade de abordagens da desinstitucionalização no cenário internacional e as influências sobre o modelo de saúde mental proposto pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. Apresentamos uma síntese da ideia de desinstitucionalização considerando as várias dimensões que envolvem a perspectiva abrangente do termo. Por fim, refletimos sobre os avanços e desafios da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Apesar das significativas conquistas, persistem problemas relacionados ao financiamento, à estigmatização, à frágil articulação intersetorial e à reprodução da lógica manicomial nos serviços substitutivos. Além disso, as atuais mudanças na Política Nacional de Saúde Mental constituem-se como principais ameaças ao modelo desinstitucionalizante.info:eu-repo/semantics/openAccessFundação Oswaldo Cruz, Escola Politécnica de Saúde Joaquim VenâncioTrabalho, Educação e Saúde v.19 20212021-01-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-77462021000100502pt10.1590/1981-7746-sol00313
institution SCIELO
collection OJS
country Brasil
countrycode BR
component Revista
access En linea
databasecode rev-scielo-br
tag revista
region America del Sur
libraryname SciELO
language Portuguese
format Digital
author Sampaio,Mariá Lanzotti
Bispo Júnior,José Patrício
spellingShingle Sampaio,Mariá Lanzotti
Bispo Júnior,José Patrício
Entre o enclausuramento e a desinstitucionalização: a trajetória da saúde mental no Brasil
author_facet Sampaio,Mariá Lanzotti
Bispo Júnior,José Patrício
author_sort Sampaio,Mariá Lanzotti
title Entre o enclausuramento e a desinstitucionalização: a trajetória da saúde mental no Brasil
title_short Entre o enclausuramento e a desinstitucionalização: a trajetória da saúde mental no Brasil
title_full Entre o enclausuramento e a desinstitucionalização: a trajetória da saúde mental no Brasil
title_fullStr Entre o enclausuramento e a desinstitucionalização: a trajetória da saúde mental no Brasil
title_full_unstemmed Entre o enclausuramento e a desinstitucionalização: a trajetória da saúde mental no Brasil
title_sort entre o enclausuramento e a desinstitucionalização: a trajetória da saúde mental no brasil
description Resumo O objetivo foi analisar a trajetória das políticas de saúde mental no Brasil. Realizamos a sistematização dos períodos históricos com base na análise dos contextos sociopolítico, de organização do sistema de saúde e das características da atenção em saúde mental. Identificamos sete períodos desde a institucionalização da loucura, no período imperial, até 2019. A trajetória da política revela um processo de disputa de concepções epistemológicas e simbólicas sobre a loucura e o adoecimento mental, que em interação com outros fatores contextuais influenciam os modelos assistenciais e as práticas de cuidado. Posteriormente, discutimos a pluralidade de abordagens da desinstitucionalização no cenário internacional e as influências sobre o modelo de saúde mental proposto pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. Apresentamos uma síntese da ideia de desinstitucionalização considerando as várias dimensões que envolvem a perspectiva abrangente do termo. Por fim, refletimos sobre os avanços e desafios da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Apesar das significativas conquistas, persistem problemas relacionados ao financiamento, à estigmatização, à frágil articulação intersetorial e à reprodução da lógica manicomial nos serviços substitutivos. Além disso, as atuais mudanças na Política Nacional de Saúde Mental constituem-se como principais ameaças ao modelo desinstitucionalizante.
publisher Fundação Oswaldo Cruz, Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
publishDate 2021
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-77462021000100502
work_keys_str_mv AT sampaiomarialanzotti entreoenclausuramentoeadesinstitucionalizacaoatrajetoriadasaudementalnobrasil
AT bispojuniorjosepatricio entreoenclausuramentoeadesinstitucionalizacaoatrajetoriadasaudementalnobrasil
_version_ 1756435212948996096