DA SEXUAÇÃO COMO SOFISMA: A CONTINGÊNCIA NA ESCOLHA DA POSIÇÃO SEXUADA

RESUMO. Este trabalho propõe uma releitura do artigo freudiano de 1925 sobre ‘Algumas consequências psíquicas da distinção anatômica entre os sexos’, seguindo a via aberta por Lacan com sua teoria da sexuação. No texto de Freud, parece haver uma proposição temporal de fundo acerca da assunção da posição sexuada, que acaba levando a um esquematismo edipiano que nem sempre dá conta da singularidade da sexuação para além dos seus arranjos normativos. Partindo daí, pode o sofisma dos três prisioneiros - pela introdução diferencial dos tempos de ‘ver’, ‘compreender’ e ‘concluir’ - auxiliar numa leitura não normativa do corpo no processo de sexuação? Desdobrando essa questão, discutiremos a importância de sustentar, com Lacan, uma diferenciação aguda e precisa entre o falo e o pênis, bem como entre a diferença sexual e a distinção anatômica entre os sexos. Concluímos apontando para os limites da norma edipiana para prever ou determinar o que será do sujeito, uma vez que, sendo o Outro barrado (e não um sistema completo de dominação), abre-se o espaço da contingência em que se revela, para cada um, a escolha inconsciente de sua posição sexuada.

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Bibliographic Details
Main Authors: Lima,Vinícius Moreira, Bedê,Heloísa, Vorcaro,Ângela
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Maringá 2021
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722021000100226
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